EDP quer 140 milhões por oito mini-hídricas no Brasil

Eléctrica chegou a acordo com o maior produtor europeu de energia reonvável, a Stratkraft, detida pelo Estado norueguês.

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A EDP detém 51% da EDP Brasil, subsidiária das duas empresas que serão vendidas à Statkraft Nuno Ferreira Santos / Aqrquivo

A EDP anunciou ao mercado a venda de oito centrais mini-hídricas no estado do Espírito Santo, no Brasil, negócio com o qual espera arrecadar 591 milhões de reais (140 milhões de euros).

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A EDP anunciou ao mercado a venda de oito centrais mini-hídricas no estado do Espírito Santo, no Brasil, negócio com o qual espera arrecadar 591 milhões de reais (140 milhões de euros).

Em comunicado enviado na quinta-feira à noite à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a eléctrica indica que a EDP Brasil, detida em 51% pela EDP, "assinou um contrato de compra e venda de acções com a Statkraft Energias Renováveis", prevendo a alienação da EDP Pequenas Centrais Hidroeléctricas e da Santa Fé Energia, que detêm sete e uma central mini-hídrica, respectivamente.

A Statkraft pertence inteiramente ao Estado norueguês e explora energias renováveis. Está no Brasil desde 2008, quando abriu o primeiro escritório através de uma subsidiária (SN Powers), elegendo o país como um mercado chave para o crescimento da empresa nos anos seguintes. "Esta aquisição está alinhada com a nossa estratégia de rentabilidade e de aumentar a escala nos mercados onde já nos encontramos", declarou o vice-presidente da empresa, Jürgen Tzschoppe. Em 2012, a SN Power adquiriu uma participação minoritária na empresa Desenvix, de energias renováveis, que em 2015 foi integrada na Statkraft, depois de aumentar o capital que controla para 81,3% (o restante é detido pelo FUNCEF, o terceiro maior fundo de pensões do Brasil).

"As oito centrais mini-hídricas em questão situam-se no estado do Espírito Santo e totalizam 131,9 MW [megawatt] de capacidade instalada e 68,8 MW médios de garantia física, com prazo final de concessão entre 2025 e 2031", refere a nota ao mercado. Por parte do comprador, esta aquisição representa um crescimento em torno de 41% da capacidade instalada, passando dos actuais 318 MW para 450 MW. 

Com o negócio, a EDP espera um encaixe de 591 milhões de reais (140 milhões de euros), valor que resulta da diferença entre os 704 milhões de reais (167 milhões de euros) da transacção e de 113 milhões de reais (26,7 milhões de euros) em dívida líquida estimada.

Para ser concretizado, falta o aval do Conselho Administrativo de Defesa Económica e do regulador, a Agência Nacional de Energia Eléctrica, também do Brasil.