Balanço provisório da greve aponta para centenas de cirurgias adiadas

A greve dos enfermeiros realiza-se esta quarta-feira exclusivamente nos blocos operatórios e cirurgia de ambulatório dos hospitais.

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Enfermeiros em greve manifestam-se durante um protesto decretado pelo SEP - Sindicato dos Enfermeiros Portugueses na Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Centenas de cirurgias adiadas um pouco por todo o país é o resultado da greve dos enfermeiros, que em alguns hospitais está a ter uma adesão de 100%, segundo um balanço provisório do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). Abrantes, Chaves, Bragança, Tondela, Viseu, Lamego, Famalicão e Figueira da Foz são alguns dos hospitais onde a adesão à greve atingiu os 100%, segundo um primeiro balanço feito às 11h pelo presidente do SEP, José Carlos Martins.

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Centenas de cirurgias adiadas um pouco por todo o país é o resultado da greve dos enfermeiros, que em alguns hospitais está a ter uma adesão de 100%, segundo um balanço provisório do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). Abrantes, Chaves, Bragança, Tondela, Viseu, Lamego, Famalicão e Figueira da Foz são alguns dos hospitais onde a adesão à greve atingiu os 100%, segundo um primeiro balanço feito às 11h pelo presidente do SEP, José Carlos Martins.

Com início às 8h, a greve dos enfermeiros realiza-se esta quarta-feira exclusivamente nos blocos operatórios e cirurgia de ambulatório dos hospitais.

À porta do Hospital de São José, em Lisboa, onde a adesão à greve às cirurgias de bloco e ambulatório está a ser superior a 80%, José Carlos Martins sublinhou que "ainda não existe um balanço fechado", mas sim alguns números que demonstram o descontentamento dos enfermeiros. Até ao momento o SEP tem já contabilizadas "centenas de cirurgias adiadas", afirmou, lembrando que todas as cirurgias de urgência estão asseguradas pelos serviços mínimos.

De acordo com o responsável, no bloco operatório central de Lisboa, que normalmente funciona com cerca de quatro dezenas de enfermeiros, apenas um profissional não aderiu à greve desta quarta-feira.

Os motivos da greve

Os enfermeiros iniciaram esta quarta-feira o primeiro de seis dias de greve para exigir ao Governo que apresente uma nova proposta negocial da carreira de enfermagem que vá ao encontro das expectativas dos profissionais e dos compromissos assumidos pela tutela.

José Carlos Martins enumerou as principais razões da luta que vão desde querer "um diploma que reúna a legislação da carreira de enfermagem", aumentos salariais e uma categoria especifica para os enfermeiros que exercem funções de gestão.

Exigem ainda que a idade da aposentação seja antecipada: "Não é possível que os enfermeiros até aos 66/67 anos de idade consigam, com qualidade e segurança, prestar bons serviços com qualidade aos cidadãos", defendeu.

O representante dos enfermeiros diz esperar que na sexta-feira, dia em que os sindicatos se reúnem com responsáveis do Governo, se realize uma "reunião de decisão política em que seja apresentada uma proposta que dê satisfação e resposta aos justos anseios dos enfermeiros".

Só no final do encontro e perante as propostas apresentadas pelo executivo é que os enfermeiros saberão se a luta vai continuar. Para já, na quinta-feira, haverá greve em todas as instituições de saúde do sector público que tenham enfermeiros ao serviço.

O pré-aviso de greve prevê ainda que a paralisação nacional se repita nos dias 16, 17, 18 e 19 de Outubro, dia em que está marcada uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, para exigir do Governo o cumprimento dos compromissos que assumiu no processo negocial de 2017.