O Muro de Berlim vai voltar durante um mês

O lado mais misterioso do projecto é que servirá de local para exibir o já lendário filme feito pelo realizador Ilya Khrzhanovsky

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STF/EPA

Durante um mês, de 12 de Outubro a 9 de Novembro, podemos regressar à Berlim da RDA (República Democrática Alemã) ou da Alemanha soviética, que durou de 1949 a 1990. Se forem levantados os últimos entraves ao projecto Dau: Liberdade, do realizador russo Ilya Khrzhanovsky, incluído no festival Berliner Festspiele, vai ser possível reconstruir o Muro de Berlim, derrubado faz este ano 29 anos, na zona mais central da cidade alemã, a famosa avenida Unter den Linden. Os organizadores querem erguer 900 placas de betão, segundo a revista Frieze, para criar um ambiente que tem sido descrito como “uma câmara de eco histórica”, “um espaço experiencial especial”, “uma viagem a um país estrangeiro” ou “uma cidade dentro de uma cidade”.

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Durante um mês, de 12 de Outubro a 9 de Novembro, podemos regressar à Berlim da RDA (República Democrática Alemã) ou da Alemanha soviética, que durou de 1949 a 1990. Se forem levantados os últimos entraves ao projecto Dau: Liberdade, do realizador russo Ilya Khrzhanovsky, incluído no festival Berliner Festspiele, vai ser possível reconstruir o Muro de Berlim, derrubado faz este ano 29 anos, na zona mais central da cidade alemã, a famosa avenida Unter den Linden. Os organizadores querem erguer 900 placas de betão, segundo a revista Frieze, para criar um ambiente que tem sido descrito como “uma câmara de eco histórica”, “um espaço experiencial especial”, “uma viagem a um país estrangeiro” ou “uma cidade dentro de uma cidade”.

Os visitantes desta instalação têm que entrar munidos de um "visto" e toda a experiência passa por recriar a experiência do Muro de Berlim num espaço confinado, que virá abaixo, simbolicamente, a 9 de Novembro, marcando o aniversário da queda em 1989. A Frieze  diz que está previsto que participem nomes como Marina Abramovic, numa das suas performances de longa duração, o street artist Banksy ou ainda a banda Massive Attack. Segundo o Berliner Festspiele, citado pelo The Art Newspapper, os visitantes vão trocar os seus telemóveis por um dispositivo capaz de construir “um percurso feito à medida” neste ambiente fechado que estará aberto 24 horas por dia.

Segundo o site da DW, o lado mais misterioso do projecto é que servirá de local para exibir o já lendário filme feito pelo realizador Ilya Khrzhanovsky, que há dez anos recriou em Carcóvia uma sociedade estalinista, com os participantes a interromperem a sua própria vida para passarem dois anos a viver numa cidade falsa de doze mil metros quadrados, seguindo as regras totalitárias de um regime soviético. Com 700 horas de filmagens, a DW diz que terão sido feitos 13 filmes e várias séries. Prevê-se que esta seja a primeira exibição pública do filme.

O custo do projecto Dau, que anda à volta do físico Lev Landau, um Prémio Nobel, está estimado em 6,6 milhões de euros. Um dos seus mecenas é Sergey Adoniev, um homem de negócios próximo do círculo de Putin, o que só acrescenta mais uma camada de polémica à iniciativa.