Rasgos entre Lisboa e Nova Iorque

A inauguração da exposição Rasgos, com assinatura de @voodoolx, está marcada para 14 de Setembro, no lisboeta Apaixonarte.

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Lisboa e Nova Iorque — ou mais especificamente Cacilhas e Brooklyn. Do convívio com as estas duas "malhas urbanas" nasceram alguns Rasgos, que também são uma série de fotografias com um "jogo de escondidas" onde "é a luz que estabelece os limites". "A luz é que decide", explica ao P3 o designer José Miguel, determinado a usar o Instagram como sempre usou. "É há muitos anos um laboratório".

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Lisboa e Nova Iorque — ou mais especificamente Cacilhas e Brooklyn. Do convívio com as estas duas "malhas urbanas" nasceram alguns Rasgos, que também são uma série de fotografias com um "jogo de escondidas" onde "é a luz que estabelece os limites". "A luz é que decide", explica ao P3 o designer José Miguel, determinado a usar o Instagram como sempre usou. "É há muitos anos um laboratório".

Habituou-nos às suas cidades desconstruídas (#the_multiverse_diaries) e aos pontilhados de pessoas sem barreiras arquitectónicas (#littlecontrastedpeople), ao espaço vazio, ao dia-a-dia sem referências. Rasgos conta com uma inversão. "Inverti o espaço. Passei a usar o espaço em vez de usar a ausência dele", explica José Miguel, @voodoolx no Instagram quase desde o início do Instagram. "Se pensarmos em tudo o que fiz até agora, estas são fotografias claustrofóbicas", resume o designer nascido em Lisboa em 1972.

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@voodoolx

Tudo começou com o hashtag #slicesoflifelx. É aquilo a que chama de "fase mais negra" e o resultado de ser um experimentalista tanto com a máquina fotográfica como com uma panóplia de aplicações de que todos dispomos. "Está a saber-me bem sair da zona de conforto e explorar fotografia desta forma como nunca fiz", admite. "Não é um simples negativo", diz o autor, alertando para os "muitos elementos escondidos e escamoteados" que compõem a imagem final, onde o espaço e a "pressão da malha urbana sobre o indivíduo" são elementos preponderantes. "O facto de captar muita luz ou a ausência de luz interfere na forma como respiras o espaço. Nas outras séries o espaço respira e as pessoas circulam. Nestas fotos é a luz que enquadra as imagens. A grande presença na imagem é mesmo o espaço — se não fossem os rasgos de luz seriam imagens negras."

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@voodoolx

A edição é "muito forte", mas ao mesmo tempo "menos intrusiva". O autor limita-se a "realçar o contraste entre o que é escuro e o que é luminoso". "Trata-se, no fundo, de uma técnica quase analógica, que é mexer no contraste na exposição e na luminosidade das imagens", completa @voodoolx.

A inauguração da exposição individual "Rasgos" está marcada para dia 14 de Setembro, a partir das 18h, e estará patente no espaço Apaixonarte até dia 6 de Outubro.