Investimento de meio milhão de euros para reforçar duna a sul da praia Cova-Gala

O mar tem vindo a aproximar-se perigosamente e do que resta do cordão dunar, originando galgamentos.

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O cordão dunar a sul da praia da Cova-Gala, na Figueira da Foz, tem sido destruído pelo mar nos últimos anos PAULO PIMENTA

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) vai investir meio milhão de euros na reconstituição do cordão dunar a sul da praia da Cova-Gala, na Figueira da Foz, destruído pelo mar nos últimos anos, anunciou esta sexta-feira a tutela.

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A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) vai investir meio milhão de euros na reconstituição do cordão dunar a sul da praia da Cova-Gala, na Figueira da Foz, destruído pelo mar nos últimos anos, anunciou esta sexta-feira a tutela.

Em informação enviada à agência Lusa, o ministério do Ambiente afirma que a intervenção - orçada em 504 mil euros e que começará em Setembro para estar concluída no final do ano - incide sobre uma faixa de 300 metros de extensão, a sul do chamado esporão n.º 5 da praia da Cova-Gala.

"A intervenção incide sobre o que resta do cordão dunar fortemente erodido e recuado da praia da Cova Gala", sustenta o ministério do Ambiente, argumentando que o "acentuado défice sedimentar que se tem agravado progressivamente e a tempestuosidade em alguns dos invernos (numerosos, intensos e persistentes temporais), originaram o recuo e emagrecimento progressivo do areal emerso, bem como uma acentuada erosão ou mesmo desaparecimento das dunas".

Acrescenta que o mar tem vindo a aproximar-se "perigosamente e de uma forma mais frequente do que resta do cordão dunar, originando galgamentos e interrupções nesse cordão e colocando em risco a segurança de pessoas e bens", e que os passadiços de madeira ali existentes foram destruídos "e os utentes procuram acessos informais afectando o que ainda resta do cordão dunar".

A intervenção consta da execução de uma estrutura de cilindros em material têxtil "de cor de areia, ocre ou amarelada, capazes de reter o material sedimentar (areia) com o qual serão cheios" e posteriormente recobertos de areia.

Questionada pela Lusa, fonte do ministério do Ambiente esclareceu que a areia a ser utilizada na obra "vai ser retirada da faixa do areal entre marés da praia do Cabedelinho", localizada junto ao molhe sul do porto da Figueira da Foz.

Em 2015, no mesmo local da intervenção agora anunciada, sul da praia da Cova-Gala, a APA executou uma duna de protecção mas com areia retirada da zona de rebentação, procedimento que suscitou várias criticas de um movimento cívico, ambientalistas e agentes políticos, por, aparentemente, ter contribuído para agravar a erosão e não ter travado o avanço do mar, que chegou à floresta circundante.

De acordo com o ministério do Ambiente, a obra será complementada posteriormente com uma outra, orçada em 560 mil euros, através do aproveitamento das dragagens efectuadas na zona sob alçada da Administração do Porto da Figueira da Foz (APFF) para recarga da praia e reforço do cordão dunar a sul da Cova-Gala.

A recarga de areias, diz a tutela, será efectuada "através da sua repulsa directa por tubagem na praia emersa e seu espalhamento", num volume estimado de 100 mil metros cúbicos.

A acção insere-se num protocolo de cooperação técnica a assinar entre o Fundo Ambiental, que apoiará a intervenção, a APA e a APFF.