Musk pede desculpa por insultar mergulhador depois da pressão de investidores

Alguns dos principais accionistas de uma das empresas mais badaladas da actualidade acreditam que o "comportamento imaturo" do CEO pode ter "um impacto negativo" nos resultados da Tesla.

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Elon Musk, CEO da Tesla, é acusado de comportamentos imaturos Reuters/Joe Skipper

Elon Musk, fundador e presidente da Tesla pediu desculpa por ter insultado um dos mergulhadores que ajudaram a salvar os 12 jovens que ficaram presos numa gruta da Tailândia. Numa mensagem no Twitter, Musk tinha sugerido que Vernon Unsworth seria um pedófilo, acto condenado por investidores e accionistas da Tesla, que exigiram que o CEO da empresa se retractasse – o que Musk acabou por fazer nesta quarta-feira de manhã.

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Elon Musk, fundador e presidente da Tesla pediu desculpa por ter insultado um dos mergulhadores que ajudaram a salvar os 12 jovens que ficaram presos numa gruta da Tailândia. Numa mensagem no Twitter, Musk tinha sugerido que Vernon Unsworth seria um pedófilo, acto condenado por investidores e accionistas da Tesla, que exigiram que o CEO da empresa se retractasse – o que Musk acabou por fazer nesta quarta-feira de manhã.

"As minhas palavras foram escritas num momento de ira, depois de o sr. Unsworth ter dito algumas inverdades e de ter sugerido que eu deveria envolver-me num acto sexual com o mini-submarino", escreveu Musk. "Ainda assim, o que ele fez não justifica as minhas acções e por isso apresento as minhas desculpas ao sr. Unsworth e às empresas que eu represento como líder. A falha foi minha e só minha", lê-se em duas mensagens publicadas nesta quarta-feira. 

Foi no domingo passado que Musk insultou Unsworth através de uma publicação no Twitter, que depois apagou. A publicação provocou reacções por parte dos accionistas da Tesla e dos analistas de Silicon Valley (Califórnia), que consideraram o comportamento imaturo e prejudicial ao sucesso da empresa, avança o diário britânico Guardian.

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O mergulhador britânico Vern Unsworth que ajudou nas operações de resgate na Tailândia EPA/PONGMANAT TASIRI

James Anderson, sócio da empresa de investimentos Baillie Gifford — a quarta maior accionista da Tesla — disse ao mesmo jornal britânico que via “o fim do carbono como essencial” mas que estava “frustrado por os verdadeiros passos nessa direcção estarem a ser ofuscados e minados por esta saga” e mostrou-se esperançoso que a situação fosse resolvida com a devida “seriedade”. Gene Munster, sócio da Loup Ventures, afirmou por sua vez, num comunicado disponível no site, que o comportamento de Musk “pode ter um impacto negativo na empresa” e na confiança dos investidores e exigiu um pedido de desculpas. Jing Zhao, que recentemente apresentou uma proposta para destituir Musk do cargo de CEO da Tesla, apesar de reconhecer “boas intenções”, garante que o escândalo veio demonstrar a necessidade de um novo director independente, com uma empresa de energia renovável britânica (Solar Shed) a garantir que não irá promover os produtos da marca Tesla.

Elon Musk voou para a Tailândia para ajudar no resgate dos 12 rapazes membros de uma equipa de futebol e do treinador, tendo oferecido um mini-submarino construído pela empresa SpaceX que acabou por não ser usado na operação de resgate. O mergulhador britânico tinha dito que os esforços de Musk não passavam de um “golpe publicitário”, ao que o empresário ripostou. Porém, Musk não fundamentou a acusação e aludiu apenas ao facto de Vernon Unsworth viver na Tailândia, um país que enfrenta um problema de prostituição infantil, e voltou a referir que o mini-submarino era perfeitamente funcional.

Após os insultos de Musk, o mergulhador de 63 anos afirmou ao Guardian que está “muito chateado” e que pondera levar a cabo uma acção legal contra o empresário. Elon Musk e a Tesla permaneceram em silêncio desde que os tweets foram eliminados no domingo passado, numa altura em que a empresa tem vindo a reunir esforços para atingir as metas de produção.