Papa condena as “pantominas” diabólicas da fé

Francisco outorgou o título de Santa Maria Sopra Minerva ao novo cardeal português, António Marto.

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Falar do amor de Deus exige aos cristãos que vão “a todos os cantos da vida para alcançar a todos, ainda que isso custe o 'bom nome', as comodidades, a posição, o martírio”, disse o Papa esta manhã, na homilia da missa que celebrou na Praça de São Pedro. Não o fazer, acrescentou, é ceder à “pantomina” diabólica que não traduz a verdadeira fé cristã.

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Falar do amor de Deus exige aos cristãos que vão “a todos os cantos da vida para alcançar a todos, ainda que isso custe o 'bom nome', as comodidades, a posição, o martírio”, disse o Papa esta manhã, na homilia da missa que celebrou na Praça de São Pedro. Não o fazer, acrescentou, é ceder à “pantomina” diabólica que não traduz a verdadeira fé cristã.

Francisco presidia à eucaristia da festa litúrgica de São Pedro e São Paulo, que consumava também o consistório de cardeais, realizado na quinta-feira, durante o qual foram formalmente nomeados 14 novos membros do Colégio cardinalício, entre os quais o bispo de Leiria-Fátima, António Marto. Com esta designação, passa a haver dois portugueses eleitores num eventual conclave de eleição do sucessor do actual Papa.

Na entrega dos símbolos cardinalícios, o Papa outorgou ao cardeal Marto o título da basílica de Santa Maria Sopra Minerva, uma das mais importantes igrejas de Roma – manda a tradição que cada cardeal, enquanto conselheiro do Papa, fique titular de uma das igrejas de Roma. Construída sobre um antigo templo dedicado a Minerva, Ísis e Serápis, a igreja de Santa Maria Sopra Minerva está entregue aos frades dominicanos desde meados do século XIII. Nela foram sepultados os restos mortais de Santa Catarina de Sena, proclamada doutora da Igreja em 1970, e de Fra Angelico, o pintor do século XV que é “padroeiro dos artistas” desde 1984.

O dia de sexta-feira é de festa: o calendário católico dedica-o a São Pedro e São Paulo e, por isso, é feriado no Vaticano e na cidade de Roma. Apesar disso, a praça de São Pedro estava preenchida a menos de metade – o calor abrasador que faz em Roma pode ter sido uma das razões para afastar muitas outras pessoas.

Na homilia, o Papa acrescentou que os cristãos devem aprender a descobrir aquilo que os mantém “à distância do drama humano real”, impedindo-os de “entrar em contacto com a existência concreta dos outros e, em última análise, de conhecer a força revolucionária da ternura de Deus”.

Isso significa, acrescentou Francisco, insistindo em ideias que lhe são caras, ser capaz de se aproximar e “ungir” quem está doente ou quem tem feridas existenciais.

Na missa, esteve presente uma delegação do patriarcado ortodoxo de Constantinopla (Istambul), em representação do patriarca Bartolomeu. É habitual o Vaticano e o patriarcado trocarem delegações na festa de São Pedro e São Paulo, patronos de Roma, e na festa de Santo André, patrono de Constantinopla.