TAP quer ser principal companhia a ligar a Europa aos EUA

“Temos um problema gravíssimo de pontualidade na ponte aérea e na TAP em geral”, afirmou o CEO da transportadora.

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EUA valem cerca de 10% das vendas da TAP bruno lisita

A TAP quer aumentar o peso do mercado norte-americano na operação da empresa dos actuais 10% para 15/20% e assumir-se como “a principal companhia aérea que liga a Europa à América do Norte”, afirmou hoje o presidente executivo.

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A TAP quer aumentar o peso do mercado norte-americano na operação da empresa dos actuais 10% para 15/20% e assumir-se como “a principal companhia aérea que liga a Europa à América do Norte”, afirmou hoje o presidente executivo.

“Os EUA são um dos maiores mercados do mundo, onde nós temos uma vantagem de custo enorme, um accionista que conhece o mercado como ninguém e parceiros fenomenais. Então a TAP não tem porque não sonhar grande em relação a ser a principal companhia aérea que liga a Europa à América do Norte”, sustentou Antonoaldo Neves durante uma sessão de balanço da operação da companhia aérea no Porto.

Afirmando que “se fala muito da China e da Ásia, mas isso é para daqui a dez anos”, o presidente executivo da TAP considera que a companhia “ainda tem muito que conquistar na América do Norte”, onde “ainda está a começar”.

“Queremos que os EUA um dia cheguem a 15/20% da TAP. Temos um plano de longo prazo para isso e vamos conseguir chegar lá, justamente pela vantagem de custo [a “localização estratégica” de Portugal permite poupanças consideráveis, nomeadamente em combustível] e pelo conhecimento que temos desse mercado”, referiu.

De acordo com Antonoaldo Neves, “os EUA já cresceram muito desde o processo de privatização” da TAP, passando de um mercado que representava 4% da operação da companhia ao terceiro maior actualmente, e respondem hoje por “aproximadamente 10%” das vendas.

“Triplicámos o tamanho dos EUA dentro das nossas vendas, e em cima de uma base muito maior, porque a TAP hoje é muito maior do que em 2014”, salientou, para logo acrescentar que, ainda assim, a operação naquele mercado é “muito pequena” e vai absorver um forte investimento da companhia “ao longo dos próximos cinco anos”.

“Nós somos dominantes no Brasil, mas na América do Norte não, ainda temos uma operação muito pequena e precisamos de ser relevantes”, reiterou.

Balanço do Porto

Relativamente à importância da operação no Porto no contexto da companhia, o presidente executivo afirmou que o aeroporto Francisco Sá Carneiro “é historicamente um dos alicerces da TAP” e assegurou que a empresa tem ali um “compromisso total e absoluto”: “Queremos ter uma posição dominante no Porto, e a concorrência que se cuide”, disse.

Segundo admitiu, durante o processo de privatização a TAP teve que “dar um passo para trás” no Porto, com a supressão de vários voos directos naquele aeroporto, mas “para depois dar dois passos para a frente”, sendo os 2,2 milhões de passageiros previstos este ano no Porto (face aos 1,6 milhões aquando do início da privatização) “uma prova irrefutável” da aposta feita.

Destacando que “não há nenhum mercado na TAP” que cresça os 24% que este ano vai crescer o Porto, Antonoaldo Neves apontou os 269 voos directos por semana, para 16 destinos, realizados com partida daquela cidade e revelou estar a ser preparado para o Porto “um plano de médio prazo” a divulgar mais para o final do ano.

Relativamente à ponte aérea entre o Porto e Lisboa, afirmou ser “um sucesso” e actualmente “já a maior rota da TAP em número de clientes”, com 16 voos diários, um load factor (taxa de ocupação) de 82% e mais de 700 mil passageiros transportados por ano, que já justificam o recurso a aeronaves de dimensão superior às atuais.

“Temos um problema gravíssimo de pontualidade na ponte aérea e na TAP em geral”, admitiu, assegurando tratar-se de um “desafio” a superar nos próximos tempos.

Outro dos desafios apontados por Antonoaldo Neves é a aposta da companhia no transporte de carga: “A TAP hoje não usa os seus porões no mercado europeu para transportar carga e isso é inconcebível, é inaceitável. Há hoje uma necessidade de abastecimento de algum tipo de ‘stocks’ e esta é uma oportunidade que nós não usamos”, afirmou, apontando como exemplo a possibilidade de vir a usar os porões dos aviões para exportar têxteis a partir do Porto.