Ex-capitão da selecção dos EUA criticado por apoio ao México

Landon Donovan e Carlos Bocanegra envolveram-se numa discussão no Twitter sobre o apoio do primeiro à selecção mexicana.

Foto
Landon Donovan, o antigo capitão norte-americano, num jogo contra o México Reuters/DANIEL AGUILAR

Landon Donovan, ex-capitão da selecção norte-americana futebol, que pela primeira vez desde 1986 ficou de fora da fase final de um Mundial, está a ser alvo de críticas por ter declarado o seu apoio à selecção mexicana.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Landon Donovan, ex-capitão da selecção norte-americana futebol, que pela primeira vez desde 1986 ficou de fora da fase final de um Mundial, está a ser alvo de críticas por ter declarado o seu apoio à selecção mexicana.

Numa campanha publicitária da empresa de crédito Wells Fargo, Donovan surge com um cachecol onde se lê: “A minha outra equipa é o México”. “O campeonato está aí. Fãs dos EUA, a nossa equipa pode não estar na Rússia, mas os nossos vizinhos do Sul estão. Por isso juntem-se a mim e ao seu orgulhoso patrocinador @Wells Fargo para apoiar a nossa outra equipa, o México! Vamos México", lia-se na mensagem que acompanhava a imagem, partilhada no Twitter do futebolista, que actualmente alinha pela equipa mexicana do León.

O apoio ao México, ainda que inserido numa campanha publicitária, foi mal acolhido. "Isto é a sério?", questionou Carlos Bocanegra, ex-internacional norte-americano e actual dirigente do Atlanta United. Donovan respondeu a Bocanegra, lembrando que o antigo colega tem ascendência mexicana, numa mensagem que acabaria por apagar do Twitter: "Olha para o nosso país. Estás contente com a forma como os mexicanos estão a ser tratados? Abre a tua mente, assume uma posição e lembra-te de onde vieste". Esta resposta acabaria por ser duramente criticada por Herculez Gomez, outro antigo jogador norte-americano, que defendeu que a rivalidade futebolística em relação ao México não significa uma atitude hostil em relação ao povo meixcano.

Mais tarde, Donovan recordou que, tendo crescido na Califórnia, aprendeu a jogar futebol com mexicanos, sem que se pudesse por em causa que o seu coração é "vermelho, azul e branco".

“Sempre tive uma ligação muito forte e respeito pelo nosso país vizinho. Acredito em apoiarmos-mos uns aos outros e construir pontes, não barreiras”, justificou, numa referência ao actual conflito diplomático entre os EUA e o México e os planos da Administração Trump de erguer uma barreira fortificada ao longo da divisa entre os dois países.

Mas também houve quem apoiasse Donovan. Alexis Lalas, antigo internacional norte-americano (cuja barba ruiva foi uma das imagens mais reconhecíveis do Mundial de 1994) entretanto tornado comentador televisivo, também apoiou recentemente o direito dos norte-americanos a apoiar o México. E vários utilizadores do Twitter escreveram no mesmo sentido: "Todos têm direito de torcer por uma equipa diferente se a sua não está a participar ou não se conseguiu qualificar. Sou irlandês e nós não nos qualificámos, por isso estou a torcer pela Espanha", lia-se numa das respostas ao controveso tweet de Donovan.

México, EUA e Canadá, recorde-se, vão organizar em conjunto o Mundial de 2026, apesar do actual momento tenso nas relações políticas entre Washington e os seus dois vizinhos.