Marcelo quer ver redução das desigualdades na legislatura de 2019/23

"Não pode haver vários 'portugais', a várias velocidades, dentro de Portugal", avisa o Presidente da República, acrescentando não ser preciso esperar por tragédias para nos lembrarmos desses 'portugais'

Foto
LUSA/PAULO CUNHA

O Presidente da República considera que a próxima legislatura, entre 2019 e 2023 "é essencial para se perceber" se o país consegue reduzir as desigualdades territoriais actualmente existentes e que essa deve ser uma aposta também para o aproveitamento dos fundos do próximo quadro comunitário (2021-2027) – mas que deve “começar já”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Presidente da República considera que a próxima legislatura, entre 2019 e 2023 "é essencial para se perceber" se o país consegue reduzir as desigualdades territoriais actualmente existentes e que essa deve ser uma aposta também para o aproveitamento dos fundos do próximo quadro comunitário (2021-2027) – mas que deve “começar já”.

Marcelo Rebelo de Sousa falava durante uma visita à Feira Nacional da Agricultura, que inaugurou ao princípio da tarde e que decorre até dia 10 no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, e deixou uma mensagem parecida com a que veiculara de manhã, num encontro de associativismo juvenil, no Estoril.

“Não pode haver vários 'portugais', a várias velocidades, dentro de Portugal. Não é possível, porque se isso continuasse para o futuro - que não vai continuar -, isso atrasava o país todo. É uma ilusão pensar que havia uma parte do país que podia avançar e o resto ficava para trás. Isso não existe. Estamos no mesmo barco", declarou em Santarém. Depois de ter dito, de manhã, que “não precisamos de esperar por tragédias para nos lembrarmos desses ‘portugais’. Devemos antecipar, prevenir, para não ter de remediar", pediu. O Presidente da República apelou para que os presentes "nunca se esqueçam do objectivo de mais igualdade e mais justiça entre pessoas de diferentes idades, géneros, condições, regiões".

No Encontro Nacional de Associações Juvenis, o Presidente agradeceu por, durante os anos de crise “em que o Estado não pôde estar, não pôde responder, não pôde enfrentar desafios, ter sido o associativismo, a sociedade civil, que garantiu tantas e tantas actividades, tantos e tantos domínios da vida social - a educação, o desporto, a solidariedade social, o encontro efectivo com as raízes do nosso país”, descreveu.

A sessão de abertura do encontro ficou porém marcada pelos apupos ao secretário de Estado da Juventude e Desporto devido à aprovação em Conselho de Ministros do novo regime do associativismo juvenil que limita a idade do presidente da associação juvenil aos 30 anos à data da eleição.

Apesar da contestação, João Paulo Rebelo dedicou a sua intervenção de quase meia hora a explicar o novo regime, vincando que se cria a figura das associações de carácter juvenil que, apesar de não serem lideradas por jovens, é com e para eles que trabalham maioritariamente. E todas farão parte do regista nacional do associativismo juvenil, garantiu. No final do discurso já só recebeu palmas e um elogio de Marcelo pela coragem ao explicar a lei com detalhe apesar da contestação.