Podemos: militantes decidem que Iglesias deve manter-se à frente do partido

Esta foi a consulta mais participada, tendo votado 188.176 pessoas. Foi motivada pela compra de uma casa de 600 mil euros.

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Pablo Iglesias e Irene Montero Reuters

Pablo Iglesias deve continuar a ser o secretário-geral do Podemos, apesar da polémica gerada pela compra de uma casa de 600 mil euros, decidiu a maior parte dos militantes que participaram numa consulta organizada pelo partido da esquerda espanhola.

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Pablo Iglesias deve continuar a ser o secretário-geral do Podemos, apesar da polémica gerada pela compra de uma casa de 600 mil euros, decidiu a maior parte dos militantes que participaram numa consulta organizada pelo partido da esquerda espanhola.

Segundo os dados divulgados ontem à tarde, pouco depois de fechada a votação, 68,4% dos que votaram mantêm a sua confiança no secretário-geral e na sua namorada, Irene Montero, que é porta-voz do grupo parlamentar Unidos-Podemos. Votaram pelo afastamento do casal 31,5% dos votantes.

“Um em cada três militantes votou contra Iglesias e Montero no plebiscito sobre o chalé”, escreveu o El Mundo, que optou por um título semelhante ao de El País, El Observador e ABC. Na mesma linha, um em cada seis aceitaram a compra da vivenda em Galapagar, na serra de Madrid.

Esta foi a consulta mais participada organizada pelo partido, tendo votado 188.176 pessoas que puderam pronunciar-se na terça-feira da semana passada e ontem — 128.300 votaram pela permanência do casal nos seus cargos, 59.224 contra.

A taxa de participação é importante, pois Iglesias tinha dito que não bastava uma aprovação. “Para que tudo fique bem claro: uma participação baixa seria um fracasso absoluto e isso obrigava-me a demitir-se”, disse dias antes da votação.

O casal, que espera gémeos e já deu início a obras — segundo a imprensa cor-de-rosa espanhola —, pediu um empréstimo de 540 mil euros a 30 anos (uma mensalidade de 1700 euros).

A compra da casa foi muito criticada dentro e fora do Podemos. Pablo Iglesias questionou a capacidade do ex-ministro da Economia Luis de Gindos (agora no BCE) gerir as contas públicas, quando este comprou uma casa que custou precisamente 600 mil euros.

O casal pediu então a consulta, para que fossem os militantes a decidir se deviam ficar ou sair dos cargos que ocupam. Iglesias tinha dito que se a participação fosse baixa deixaria a direcção do partido.

Na frente interna o maior crítico do secretário-geral do partido tem sido José María González Santos, “Kichi”, que pertence à ala anticapitalista do Podemos. “Kichi”, presidente da câmara de Cádis, vive numa casa alugada de 40 metros quadrados com a namorada, dirigente do Podemos Andaluzia, Teresa Rodríguez, e vive num apartamento alugado de 40 metros. Segundo o suplemento LOC do El Mundo, em 2015 decidiu que manteria o salário que tinha como professor, 1800 euros, pelo que todos os meses doa o que recebe a mais.

Numa carta, “Kichi” escreveu que o Podemos “deve muito aos mais humildes”, mas sublinha que não espera que todos se comportem como ele.