Paulo Dentinho: "Gonçalo Reis conta comigo para continuar como director de informação"

Presidente da RTP foi ouvido esta terça-feira no Parlamento após notícias sobre a eventual saída do director de informação, dizendo valorizar "a estabilidade".

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Gonçalo Reis, director da RTP Jornal Publico

O presidente da RTP, Gonçalo Reis, afirmou esta terça-feira na Assembleia da República, na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, que "eventuais ajustes em direcções, de conteúdos e não só" na estação pública serão "sempre tratadas com toda a ponderação, no devido momento, que ainda não chegou, e cumprindo os procedimentos adequados".

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O presidente da RTP, Gonçalo Reis, afirmou esta terça-feira na Assembleia da República, na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, que "eventuais ajustes em direcções, de conteúdos e não só" na estação pública serão "sempre tratadas com toda a ponderação, no devido momento, que ainda não chegou, e cumprindo os procedimentos adequados".

Gonçalo Reis era questionado acerca de notícias sobre a eventual exoneração do director de informação da televisão, Paulo Dentinho, que motivaram um requerimento do grupo parlamentar do PS para que fosse ouvido em São Bento.

"Valorizamos a estabilidade da direcção de informação", afirmou, sublinhando que "Paulo Dentinho é o director de informação com mais longevidade [na RTP], há 20 anos".

Gonçalo Reis fez um balanço "muito positivo" da actual direção de informação da televisão da RTP, sublinhando que "estabilidade" não é sinónimo de "cristalização", mas antes defendeu "estabilidade e ambição".

Ao PÚBLICO, Paulo Dentinho afirma que o presidente da RTP conta com a sua continuidade: "Gonçalo Reis conta comigo para continuar como director de informação e, se o entender, tenho carta branca para reformular a equipa".

Ainda no Parlamento, o administrador cessante da RTP Nuno Artur Silva afirmou ser defensor do modelo do Conselho Geral Independente (CGI), considerando que tal "veio trazer independência", e apontou que o problema da empresa é o "financiamento".

Numa "nota pessoal", o administrador cessante reiterou que nunca lhe foi exigido que vendesse a sua participação na empresa que detém a não ser em Janeiro deste ano. "Nunca me foi exigido, isso só aconteceu em Janeiro de 2018", altura em que apresentou uma solução de venda, mas que foi rejeitada, recordou.

"Respeito totalmente as decisões, continuo a ser defensor do modelo do CGI, veio trazer independência", afirmou o administrador cessante.

"O grande problema da RTP é um problema de financiamento", salientando que a RTP deve ser comparada com os outros serviços públicos europeus e não com os privados.

"A RTP cumpriria melhor se houvesse dinheiro para fazer melhor", afirmou Nuno Artur Silva.

Por sua vez, a administradora cessante Cristina Vaz Tomé sugeriu que, face às mudanças que têm havido no sector, o contrato de concessão deveria ser revisto em 2019 para se adaptar à nova realidade.

Gonçalo Reis sublinhou que o "financiamento é um tema que se coloca" à empresa, que "tem de fazer o máximo" com os meios que lhe são dados.

"As iniciativas são completamente elásticas", considerou, salientando esperar que seja possível realizar um aumento de capital.

Relativamente à Eurovisão, o presidente da RTP sublinhou que o evento "foi um momento de projeção do país", da "capacidade de organizar um evento de qualidade internacional" que "não fica a dever nada a ninguém".

"Foi um bom momento da RTP, da cidade e para a projeção do país", concluiu.