Trump convida Google, Amazon e Facebook para reunião sobre inteligência artificial

O país que é casa para empresas como o Google, a Amazon e a Microsoft lidera o campo da inteligência artificial, mas em 2018 começa a surgir competição da Europa e do Oriente.

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A Casa Branca convidou executivos e engenheiros de topo do Google, Intel, Amazon, Facebook e mais três dezenas de tecnológicas para falar sobre o futuro da inteligência artificial nos EUA. É a tecnologia que dá voz e personalidade às assistentes virtuais da Amazon e da Microsoft, guia os carros autónomos desenvolvidos pelo Google e pela Uber, e permite que o Facebook identifique alguém com base numa fotografia.

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A Casa Branca convidou executivos e engenheiros de topo do Google, Intel, Amazon, Facebook e mais três dezenas de tecnológicas para falar sobre o futuro da inteligência artificial nos EUA. É a tecnologia que dá voz e personalidade às assistentes virtuais da Amazon e da Microsoft, guia os carros autónomos desenvolvidos pelo Google e pela Uber, e permite que o Facebook identifique alguém com base numa fotografia.

O objectivo da reunião, marcada para esta quinta-feira, 10 de Maio, em Washington, é descobrir a melhor forma de financiar o desenvolvimento da inteligência artificial, e introduzir legislação que proteja postos de trabalho e a privacidade dos cidadãos sem impedir inovações tecnológicas. Rohit Prasad, o líder da equipa que dá vida à Alexa, a assistente virtual da Amazon, é um dos profissionais que já confirmaram a presença.

“A inteligência artificial está a transformar todos os segmentos da indústria americana – desde aplicações em agricultura de precisão, ao diagnóstico médico, aos transportes autónomos”, lê-se num comunicado emitido pela Casa Branca.

O país é casa para Silicon Valley, onde ficam as sedes de grandes empresas como o Google, a Apple, o Facebook, que lideram os desenvolvimentos na inteligência artificial. Só no ano de 2017, a administração de Donald Trump diz que investiu mais de dois mil milhões de dólares no desenvolvimento de tecnologia de inteligência artificial (e isto não inclui projectos do Pentágono, a sede do Departamento de Defesa dos EUA). Em Setembro, a Casa Branca, também prometeu dedicar pelo menos 200 milhões de dólares por ano ao desenvolvimento de disciplinas na área das STEM (sigla inglesa para ciência, tecnologia, engenharia e matemática).

Em 2018, porém, começa a surgir competição do resto do mundo. O governo chinês publicou um plano detalhado para se tornar a força mundial dominante na inteligência artificial até 2030. No início do ano, a fabricante de smartphones Huawei, líder de mercado na China, mostrou que já consegue usar a inteligência artificial nos seus telemóveis para conduzir carros da marca Porsche em ambientes controlados, e o motor de busca Baidu usa algoritmos inteligentes para clonar vozes humanas.

A tensão entre os EUA e a China na área da inteligência artificial aumentou recentemente, depois de algumas empresas a operar em solo norte-americano terem sido acusadas de espionagem pela Casa Branca. Esta semana, a Comissão das Forças Armadas da Câmara dos representantes dos EUA publicou uma proposta que proíbe organizações e agências nos EUA de utilizar tecnologia das chinesas Huawei e ZTE.

A competição, porém, não vem apenas da Ásia. Em Março, a França apresentou o “Plano Macron” que visa recuperar o atraso no país no ramo da inteligência artificial com um investimento de 1500 milhões de euros (cerca de 1800 milhões de dólares) no sector. Na altura, o comissário europeu para a Ciência, Carlos Moedas, disse que queria fazer da inteligência artificial uma prioridade para a União Europeia.

Os EUA, por outro lado, têm sido criticados por darem passos no sentido contrário. Em 2017, Steve Mnuchin, recentemente nomeado secretário do Tesouro, disse que a inteligência artificial pertencia a “um futuro distante”, acentuando que as ferramentas com impacto real demorariam “50 a 100 anos” a chegar.

Em declarações ao Washington Post, o presidente do Conselho de Informação Tecnológica dos EUA, Dean Garfield, admitiu que a administração de Donald Trump demorou a perceber a importância da inteligência artificial, mas que a reunião desta quinta-feira mostra que o governo está “focado nas coisas certas”