Missão de reconhecimento da ONU ficou sob fogo

Equipa que antecipava a chegada de inspectores de armas químicas foi atacada. Onze dias depois do alegado ataque químico, os inspectores continuam sem acesso ao local.

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Os inspectores da Organização para a Proibição de Armas Químicas estão há dias em Damasco a aguardar luz verde para seguir para Douma ALI HASHISHO/Reuters

Quando passaram 11 dias sobre um ataque em Douma, na Síria, em que se suspeita de que foram usadas armas químicas, uma equipa avançada da ONU, que fazia o reconhecimento do terreno antes da chegada dos inspectores da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), ficou sob fogo.

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Quando passaram 11 dias sobre um ataque em Douma, na Síria, em que se suspeita de que foram usadas armas químicas, uma equipa avançada da ONU, que fazia o reconhecimento do terreno antes da chegada dos inspectores da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), ficou sob fogo.

No ataque de dia 7 de Abril em Douma morreram mais de 75 pessoas e os peritos da OPAQ fizeram uma avaliação inicial em que consideraram “credíveis” as alegações de utilização de químicos proibidos e adiantaram que estas “requerem mais investigação”.  

Não era claro quando os peritos, que estão em Damasco desde sexta-feira, poderiam chegar ao local. A rapidez de recolha de provas é essencial para ser apurada a existência de um ataque com armas químicas, já que a maior parte dos vestígios desaparece com o tempo.

Já na terça-feira França pedia às autoridades que dessem acesso rápido aos inspectores. “Hoje a Rússia e a Síria ainda recusam dar acesso aos inspectores ao local do ataque”, disse numa nota o Ministério francês dos Negócios Estrangeiros. “É muito provável que provas e elementos essenciais estejam a desaparecer deste local.”

A Rússia nega que esteja a atrasar o acesso a Douma e responsabiliza os EUA, Reino Unido e França por terem atacado, no sábado, instalações ligadas a investigação, produção e armazenamento de armas químicas (que não estão localizadas em Douma).

A OPQA emitiu um comunicado explicando que a missão de reconhecimento da ONU que precedia os inspectores para avaliar da segurança da deslocação foi na terça-feira. No primeiro local, reuniu-se uma grande multidão e a equipa de reconhecimento foi aconselhada a retirar-se. No segundo local, a equipa ficou sob fogo e houve uma detonação de um explosivo. Nenhum elemento ficou ferido.

Mas as consequências são um novo atraso na missão, que deveria ter estado em Douma já no sábado passado, o que seria uma semana depois do ataque. “De momento, não sabemos quando é que a missão poderá ir a Douma”, dizia o comunicado. 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que era “obrigação do Governo sírio providenciar todas as condições para [os inspectores da ONU] trabalharem sem restrições”.