Libertado presidente da Amnistia Internacional da Turquia

Taner Kiliç era acusado de ter no seu telemóvel uma aplicação usada pelos seguidores do imã Fethullah Gülen. Mas não há vestígios dela no aparelho.

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Taner Kiliç foi preso em Junho passado DR

Após oito meses de detenção preventiva, um tribunal de Istambul ordenou a libertação condicional do presidente da direcção da Amnistia Internacional Turquia, Taner Kiliç. 

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Após oito meses de detenção preventiva, um tribunal de Istambul ordenou a libertação condicional do presidente da direcção da Amnistia Internacional Turquia, Taner Kiliç. 

O seu julgamento, e de dez outros activistas ligados à Amnistia Internacional, detidos enquanto participavam num workshop sobre segurança digital, vai no entanto continuar, apesar das críticas internacionais.

Kiliç foi detido em Junho, acusado de terrorismo e de ter no seu telemóvel a aplicação de mensagens instantâneas ByLock, que o Ministério Público turco diz ter sido usada pelos seguidores do imã Fethullah Gülen para comunicarem uns com os outros. A organização de Gülen é suspeita de ter organizado o golpe de Estado falhado de 2016 contra o Presidente Recep Erdogan.

O dirigente da Amnistia nega essa acusação – e duas análises forenses do seu telemóvel não encontraram vestígios de que a aplicação ByLock alguma vez tenha sido instalada.

No mês passado, as autoridades turcas admitiram que milhares de pessoas foram acusadas – e detidas – erroneamente por terem usado a aplicação. Foi publicada uma lista de 11.480 utilizadores de telemóveis cujo nome foi posto sob suspeita – milhares de pessoas que estavam há muito tempo detidas de forma preventiva foram libertadas, explica um comunicado da Amnistia Internacional.

Mais de um milhão de pessoas de 194 países assinaram um documento pedindo a libertação de Taner Kiliç – um gesto que a Amnistia Internacional agradece agora.