Vulcão Mayon obriga a deslocar 70.000 pessoas

As autoridades filipinas mantêm o alerta no nível 4 (em 5), que considera possível uma explosão perigosa nas próximas horas ou dias. Foram criados cerca de trinta abrigos na região para os deslocados.

Fotogaleria

O vulcão Mayon, na zona Este das Filipinas, intensificou nesta quinta-feira a sua actividade, com seis novas erupções de lava em menos de 15 horas, quando o número de deslocados já ronda os 70.000 e se teme uma explosão mais potente.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O vulcão Mayon, na zona Este das Filipinas, intensificou nesta quinta-feira a sua actividade, com seis novas erupções de lava em menos de 15 horas, quando o número de deslocados já ronda os 70.000 e se teme uma explosão mais potente.

As novas erupções do vulcão Mayon, localizadas na província de Albay, a cerca de 350 quilómetros a sudeste de Manila, ocorreram entre a meia-noite e as 15h locais (entre as 16h de quarta-feira e as 7h desta quinta-feira em Lisboa), informou a agência vulcanológica filipina (Phivolcs).

As expulsões de magmas geraram colunas de gás e cinzas de 3000 metros de altura e alimentaram de lava os rios, que estão a mais de três quilómetros da cratera. "Esperamos que as erupções de lava continuem a ocorrer nos próximos dias e mantemos a vigilância para o caso de uma delas ser mais poderosa e perigosa", disse à agência Efe o especialista Winchelle Sevilla, da Phivolcs.

O vulcanólogo esclareceu, no entanto, que "no momento é uma incerteza se a situação do vulcão vai crescer ou, ao contrário, se acalmará" no curto prazo. As autoridades mantêm o alerta no nível 4 (de uma escala de cinco), que considera possível uma explosão perigosa nas próximas horas ou dias. A zona de exclusão é delimitada num raio de oito quilómetros da cratera, com uma área de máximo perigo num raio de seis quilómetros.

Um total de 68.172 pessoas de 17.803 famílias que residem na zona de exclusão foram retiradas das suas casas e a maioria está em cerca de trinta abrigos na região, de acordo com dados fornecidos à Efe pelo departamento de Defesa Civil da província de Albay. A Phivolcs pediu às pessoas deslocadas que não regressassem a casa em nenhuma circunstância devido aos abundantes gases e cinzas na área de perigo máximo.

A actividade de Mayon, que despertou seis vezes nas últimas três décadas, gerou medo de repetição da trágica explosão de Pinatubo (Noroeste de Manila), em 1991, a segunda maior do mundo no séc. XX e que causou cerca de 850 mortos e mais de 1,3 milhões de deslocados. No entanto, especialistas da Phivolcs excluem que o Mayon possa gerar uma erupção tão poderosa quanto a de Pinatubo.

Com 23 vulcões activos, o arquipélago filipino localiza-se numa área de intensa actividade sísmica, no chamado "Anel do Fogo do Pacífico", que se estende desde a costa oeste do continente americano até a Nova Zelândia, passando pelo Japão e Indonésia, entre outros países.