No novo ano diga adeus ao que lhe traz más recordações e limpe a casa com produtos naturais

O PÚBLICO falou com as autoras de Destralhe a Sua Casa e de Cuidar da Casa que dão conselhos sobre como limpar e arrumar a sua casa.

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Devemos manter em casa o que nos traz boas memórias Mario Lopes Pereira

O novo ano já começou e ainda está preso a tudo o que foi amontoando em 2017? Tem medo de desfazer-se das coisas? Não sabe como arrumá-las ou como limpá-las? O PÚBLICO pediu alguns conselhos a quem sabe os segredos para ter uma casa limpa e arrumada e falou com as autoras Paula Margarido, que sabe como pode "destralhar" a sua casa, e Filipa Brandão, que dá algumas dicas sobre como deve cuidar da casa de uma forma mais económica e ecológica.

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O novo ano já começou e ainda está preso a tudo o que foi amontoando em 2017? Tem medo de desfazer-se das coisas? Não sabe como arrumá-las ou como limpá-las? O PÚBLICO pediu alguns conselhos a quem sabe os segredos para ter uma casa limpa e arrumada e falou com as autoras Paula Margarido, que sabe como pode "destralhar" a sua casa, e Filipa Brandão, que dá algumas dicas sobre como deve cuidar da casa de uma forma mais económica e ecológica.

Como formadora de Feng Shui, uma prática oriental que ensina a criar espaços com boas energias, Paula Margarida explica que antes de “harmonizar a casa” com as práticas desta técnica chinesa, é necessário “destralhar”. Para a autora, o termo é sinónimo de “renovar a energia da casa e deitar fora tudo o que nos traz más recordações e má energia”. Para uns é um processo fácil, para outros o desapego é complicado e traz alguma tristeza.

“Quando a nossa casa está uma confusão, a nossa cabeça também acaba por sentir-se confusa e desorganizada”, explica, acrescentando que não é necessário “deitar nada fora”, uma vez que quase tudo se pode “vender, doar ou reciclar”. Segundo a autora do livro Destralhe a Sua Casa, quando a casa está organizada e limpa, a pessoa consegue usufruir da mesma, descansar, recarregar baterias e socializar, "já que se sente mais à vontade para levar pessoas a sua casa, sejam familiares ou amigos".

Para Paula Margarido, a desorganização, seja estética ou física, é uma “espécie de bola de neve”, que faz com que as pessoas comecem a ficar estagnadas tanto a nível profissional como pessoal. Um caso comum deve-se ao facto de algumas pessoas não serem capazes de se desligar de fotografias ou objectos alusivos a relacionamentos passados. “Quando conseguem desanuviar a casa, ou seja, libertarem-se da tralha sentimental, emocional, acabam por se sentir mais aliviadas e leves. Isto acontece com divórcios, separações, morte de familiares ou pessoas próximas. Estes objectos trazem memórias de alegria, mas também de tristeza”, esclarece. Assim, a autora propõe que só se mantenha em casa aquilo que nos traz boas memórias.

Segundo Paula Margarido, as melhores alturas para destralhar a casa é no início do novo ano, nas mudanças de estação, quando se muda de casa e depois da morte de alguma pessoa próxima.

Numa casa a energia tem de fluir e, mesmo a nível estético, quando se tem muitos objectos decorativos cria-se alguma confusão visual que acaba por apagar o valor de outras peças decorativas, explica. Nesse caso, e como arquitecta, Paula Margarido explica que é importante criar armários funcionais e espaços para cada tipo de objecto, seja roupa, utensílios de cozinha, livros ou outros. “Como é que podemos organizar a casa? Os armários e roupeiros devem ser fechados, de maneira a conseguir um ar mais limpo e minimalista, evitando a confusão visual.”

Em relação à organização pessoal, a autora acrescenta que as mulheres que têm um grande papel nas respectivas casas, assim como na vida profissional, devem pedir ajuda a toda a família e não deixar acumular tarefas, como passar a ferro ou ir às compras, o que facilita a gestão e o relacionamento familiar. “É depois do destralhar que a casa começa a respirar.”

Ingredientes naturais em vez de poluidores

No seu livro, Paula Margarido tem ainda algumas dicas sobre como limpar as várias divisões de uma mais forma ecológica usando, por exemplo, vinagre, limão e bicarbonato de sódio. Também Filipa Brandão considera estes ingredientes essenciais e "desinfectantes naturais" que podem substituir os detergentes comprados no supermercado.

Depois de uma rubrica televisiva, Filipa Brandão foi convidada a escrever o livro Cuidar da Casa, que tem propostas para transformar e reciclar objectos, bem como dicas para limpar e arrumar as diferentes divisões da casa. Apesar de ter tirado um curso de restauro de azulejos, a autora decidiu testar alguns “truques” de limpeza que procurou na Internet ou em livros antigos. Mais tarde, decidiu adaptá-los à suas necessidades e à sua forma de limpar e organizar a casa.

Para tal, a autora fala da mistura entre ingredientes caseiros e produtos de supermercado. “Há alternativas aos produtos de supermercado, já que estes geram alguma poluição ambiental, não só por causa das embalagens, mas também devido aos produtos químicos e gases tóxicos libertados.” Pos isso, Filipa Brandão aconselha, por exemplo, a misturar três colheres de sobremesa de detergente com um “bocadinho” de bicarbonato de sódio, vinagre ou limão, de maneira a poupar e prolongar o efeito deste produto. “Desta forma, uma embalagem de detergente, seja para a roupa ou para a casa, acaba por durar um ou dois meses.”

Além da mistura de limão com bicarbonato de sódio que é indicado, por exemplo, para limpar frigoríficos e microondas, Filipa Brandão aconselha a utilização de álcool e água oxigenada como desinfectantes, sendo que esta última funciona ainda como um branqueador. Caso tenha manchas de humidade, Filipa Brandão aconselha a misturar dois branqueadores como a água oxigenada e o bicarbonato de sódio, deixando actuar durante uns minutos antes de retirar.

Se para as superfícies de cozinha e casa-de-banho, a autora sugere o vinagre branco, para limpar móveis refere que o vinagre de vinho tinto misturado com óleo de linhaça é a melhor opção. Se além de limpar pretende tornar as superfícies de madeira ainda mais brilhantes, é proposta a utilização de cera de abelha. E agora, é por mãos à obra!

Texto editado por Bárbara Wong