Algarve precisa de mais 500 enfermeiros

Sindicatos dos Enfermeiros Portugueses denúncia falta de profissionais para dar resposta ao pico da gripe que se aproxima. Região vai contratar 65 enfermeiros. Mas uma parte já trabalha nos centros de saúde algarvios, diz sindicato.

Foto
Bastonária dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, denunciou a falta de contratação de profissionais Enric Vives-Rubio

O Algarve não tem enfermeiros suficientes para dar resposta ao pico da gripe que se aproxima, alerta o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). Nas contas do sindicato só nos centros de saúde faltam 146 profissionais e os 65 esperados no início do ano não serão suficientes para reforçar as equipas. Já no Centro Hospitalar e Universitário do Algarve faltam 350 enfermeiros. A região do Algarve é também uma das escolhidas por milhares de pessoas para a passagem do ano.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Algarve não tem enfermeiros suficientes para dar resposta ao pico da gripe que se aproxima, alerta o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). Nas contas do sindicato só nos centros de saúde faltam 146 profissionais e os 65 esperados no início do ano não serão suficientes para reforçar as equipas. Já no Centro Hospitalar e Universitário do Algarve faltam 350 enfermeiros. A região do Algarve é também uma das escolhidas por milhares de pessoas para a passagem do ano.

Em comunicado, divulgado um dia depois de a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve ter anunciado a contratação de 65 enfermeiros, resultante de um concurso que teve início em 2015, o SEP afirma que “alguns destes enfermeiros já desempenhavam funções nos centros de saúde algarvios em regime de mobilidade”, logo não são um real reforço das equipas. E acrescenta que os centros de saúde irão perder cerca de 40 enfermeiros nos primeiros dois meses do ano, fruto do mesmo concurso.

O sindicato afirma ainda que “são necessários 146 enfermeiros, de acordo com as fórmulas de cálculo de pessoal” para os centros de saúde algarvios, e que essa necessidade foi transmitida ao conselho de administração. “Para minimizar os problemas que se antevêem, impõe-se que o Ministério da Saúde autorize a contratação imediata de enfermeiros”, afirma o sindicato.

O SEP defende ainda que o ministério abra um concurso para o Algarve “de acordo com os compromissos anteriormente assumidos”, considerando “inadmissível” que o Ministério das Finanças não tenha dado autorização para contratações de enfermeiros, medida prevista no plano de contingência para o Inverno.

Numa nota disponível no Portal do SNS, a ARS Algarve refere que já assinou “contrato de trabalho em funções públicas, por tempo indeterminado, com 12 dos 65 enfermeiros colocados na região” e que os restantes serão recebidos durante o mês de Janeiro de 2018.

Já em relação ao Centro Hospitalar e Universitário do Algarve, o sindicato refere que faltam 350 profissionais. O SEP reuniu, pela primeira vez, com a nova administração no final de Novembro. Além da carência de enfermeiros, o SEP reclamou o pagamento de mais de 32 mil horas em dívida aos enfermeiros. Horários feitos em regime extraordinário que devem ser saldados até ao final deste ano, segundo uma circular da Administração Central do Sistema de Saúde. No total, o sindicato refere que os vários hospitais do país devem 700 mil horas aos enfermeiros.

A Ordem dos Enfermeiros apelou este mês aos profissionais para se recusarem a fazer mais horas extraordinárias, na sequência da falta de contratações para o período de Inverno. Alegadamente por recusa do Ministério das Finanças.

“É uma informação que chegou à Ordem através dos conselhos de administração de vários hospitais, que lidam com uma grande dificuldade, neste momento, porque já se verifica um grande aumento de pessoas a recorrer às urgências”, disse a bastonária dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, classificando de “inédito” activar um plano de contingência e abrir mais camas e, ao mesmo tempo, impedir a contratação de profissionais.

Notícia corrigida dia 27 de Dezembro, às 17h25: A falta de 146 enfermeiros diz apenas aos centros de saúde e não ao Centro Hospitalar e Universitário do Algarve, onde nesse caso a carência é de 350 profissionais.