Vieira da Silva apela a que se encontrem novas soluções na Autoeuropa

O ministro do Trabalho sublinha que o impasse é prejudicial para a fábrica.

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Miguel Manso

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, admite que o impasse resultante da rejeição dos trabalhadores da Autoeuropa ao pré-acordo laboral representa um risco para a fábrica e apela a todos os intervenientes para que encontrem soluções, sublinhou em declarações à TSF. O ministro comentava a decisão da maioria dos 86% dos cinco mil trabalhadores da Autoeuropa que, esta quarta-feira, chumbaram a proposta do pré-acordo laboral.

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O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, admite que o impasse resultante da rejeição dos trabalhadores da Autoeuropa ao pré-acordo laboral representa um risco para a fábrica e apela a todos os intervenientes para que encontrem soluções, sublinhou em declarações à TSF. O ministro comentava a decisão da maioria dos 86% dos cinco mil trabalhadores da Autoeuropa que, esta quarta-feira, chumbaram a proposta do pré-acordo laboral.

"Não é a primeira vez que existem acordos na Autoeuropa afectados por referendos de trabalhadores e sempre foi possível encontrar soluções negociadas. Sabemos que o tempo escasseia e as soluções têm de ser encontradas num espaço de tempo curto. Mas apelamos às partes que aprofundem os seus contactos para que possam estudar novas situações e, junto dos trabalhadores, ter uma actuação que valorize a importância que tem este acordo para o futuro da Autoeuropa, daquela região, do país, dos trabalhadores e das suas famílias”, ressalvou Vieira da Silva.

Em causa estão as questões laborais da empresa, na sequência do início da produção do novo modelo, o T-Roc.

Na primeira fase, entre o início de Fevereiro e Julho do próximo ano, o trabalho ao sábado seria pago como trabalho suplementar. Na segunda fase, a partir de Agosto, haveria laboração contínua entre segunda e sábado, e, “perante a importância de ter dois ou mais dias de descanso seguidos”, com destaque para os fins-de-semana, a empresa iria “implementar uma quarta equipa”, o que implicaria “a contratação de cerca de mais 400 trabalhadores” no ano que vem. Todos os trabalhadores abrangidos pela laboração contínua teriam direito a um pagamento mensal extra de 150 euros.

A comissão de trabalhadores, eleita no início de Outubro e coordenada por Fernando Gonçalves, também acredita que ainda há tempo. "O conteúdo do pré-acordo garantia a manutenção dos direitos dos trabalhadores, tal como o trabalho suplementar, rotação semanal dos turnos, menos trabalho extraordinário, continuidade do horário semanal até à entrada do regime de laboração contínua, mais dias de descanso e a possibilidade de contratar mais 400 trabalhadores. As condições estabelecidas representavam uma melhoria para os trabalhadores ao que já tinha sido proposto. A comissão pretende recomeçar o processo negocial com o objectivo de alcançar um entendimento", explicou Fernando Gonçalves.

Apesar de afirmar que ainda há tempo para a chegar a um acordo, Vieira da Silva sublinha que “este impasse e esta situação é um risco para a empresa, seria ilusório estar a fazer uma afirmação no sentido contrário”.