Administração Trump mantém intenção de abandonar Acordo de Paris

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Manifestantes contra Trump, em Bona Reuters/WOLFGANG RATTAY

A secretária de Estado-Adjunta norte-americana para os Assuntos Ambientais disse nesta quinta-feira que a Administração Trump mantém a decisão de sair do Acordo de Paris, mas continua empenhada em reduzir as emissões poluentes.

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A secretária de Estado-Adjunta norte-americana para os Assuntos Ambientais disse nesta quinta-feira que a Administração Trump mantém a decisão de sair do Acordo de Paris, mas continua empenhada em reduzir as emissões poluentes.

Judith Garber falava na 23.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP23), que decorre em Bona, na Alemanha.

"O Presidente Trump indicou claramente a posição dos Estados Unidos quanto ao Acordo de Paris", afirmou.

Garber referiu, no entanto, sem precisar, que os Estados Unidos estão "abertos à ideia de voltar mais tarde" ao acordo de 2015 sobre redução das emissões de gases poluentes, "em termos mais favoráveis para o povo norte-americano".

A representante máxima dos Estados Unidos na conferência alegou que os Estados Unidos "vão continuar a ser líderes na energia limpa e inovação e empenhados em mitigar as emissões de gases com efeito de estufa" através do aumento da energia sustentável e da eficiência energética.

Sem afastar a dependência do país do carvão, Judith Garber manifestou o apoio dos EUA à energia mais limpa e eficiente, "independentemente da fonte".

"Os princípios que nos guiam são o acesso universal a uma energia segura, e mercados livres e competitivos que promovam a eficiência e a segurança energéticas, não apenas para os Estados Unidos", sustentou.

O carvão é a principal fonte de energia elétrica do mundo, mas a mais prejudicial para o clima e a qualidade do ar, estando, por isso, no centro do combate ao aquecimento global.

Vinte e cinco países, estados federais, províncias e cidades, incluindo Portugal, França e o estado norte-americano de Washington, juntaram-se na "aliança para a saída do carvão", lançada nesta quinta-feira na COP23 sob iniciativa do Reino Unido e do Canadá.

Todos os membros da aliança comprometeram-se a acabar gradualmente com as centrais de carvão, embora em prazos diferentes.

Ao subscrever a declaração da aliança, o estado norte-americano de Washington isola-se da posição do governo federal e da iniciativa do Presidente, Donald Trump, de sair do acordo climático de Paris.

Portugal assumiu o compromisso de encerrar as duas centrais produtoras de electricidade a carvão, em Sines e no Pego, até 2030, segundo o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes.

Apesar das metas fixadas, os países da "aliança para a saída do carvão" representam uma pequena parte do consumo de carvão, concentrado na Ásia, nomeadamente em países como China e Índia, que não aderiram ainda à aliança.