Como o Twitter ajudou a salvar uma amiga do Irma a 4000 quilómetros de distância

Hannah Brown pediu nas redes sociais para que resgatassem Kristina Barneski, que estava presa na sua casa inundada na Florida. E foi bem sucedida.

Fotogaleria

A passagem do furacão Irma pela Florida deixou um rasto de destruição. Os ventos fortes e a chuva torrencial levaram as autoridades norte-americanas a ordenarem a evacuação das zonas costeiras. Mas nem todos atenderam à ordem das autoridades. Kristina Barneski foi uma dessas pessoas. Viu-se em apuros. Salvou-se graças a Hannah Brown – uma amiga que vive na Califórnia, a mais de quatro mil quilómetros de distância – e às redes socais. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A passagem do furacão Irma pela Florida deixou um rasto de destruição. Os ventos fortes e a chuva torrencial levaram as autoridades norte-americanas a ordenarem a evacuação das zonas costeiras. Mas nem todos atenderam à ordem das autoridades. Kristina Barneski foi uma dessas pessoas. Viu-se em apuros. Salvou-se graças a Hannah Brown – uma amiga que vive na Califórnia, a mais de quatro mil quilómetros de distância – e às redes socais. 

O relógio marcava as 3h12 da manhã na segunda-feira (cerca das 8h em Portugal) quando em pouco tempo a casa de Kristina Barneski, em Daytona Beach, se ia transformando num lago. Assustada e sem saber como reagir perante a situação, Barneski decidiu contactar uma amiga, dizendo-lhe que a sua casa estava inundada.

O meu apartamento está inundado”, lê-se numa mensagem de Barneski a Brown, a que a CNN teve acesso. Na mensagem, Barneski explica que já tinha água pelos joelhos. Apesar de se mostrar preocupada com a situação, a amiga tenta acalmá-la dizendo que alguém a acabaria por salvar: “O pior da tempestade deve passar entretanto”.

Kristina Barneski estava trancada em casa, não existindo qualquer lugar onde se pudesse refugiar. Perante a situação, Brown, que vive na cidade de São José (na Califórnia), decidiu tentar ajudar, pedindo aos seus amigos do Facebook que ajudassem Barneski, caso estivessem perto da sua área de residência. “Vale a pena tentar, não é?”, perguntou.

Apesar dos quatro mil quilómetros que separam os dois estados norte-americanos, Brown estava empenhada em ajudar, partilhando também vários pedidos de ajuda no Twitter. “Por favor ajudem a minha amiga com deficiência”, apelou Brown no Twitter, indicando ainda a sua morada.

“Podes receber chamadas de números estranhos que te queiram ajudar, por isso atende todas as chamadas de números desconhecidos”, disse-lhe. Até a ajuda chegar, Hannah Brown ajudava a sua amiga da única maneira possível: enviado contactos de emergência, disponíveis para prestar apoio às vítimas do furacão, e aconselhando-a a tomar alguns cuidados.

Duas horas depois, os apelos nas redes sociais surtiram efeito. “Eles resgatarem-me. Uma equipa resgatou-me”, declarou Barneski. “Esse é o maior alívio de sempre”, referiu Brown, declarando que iria anunciar nas redes sociais que a sua amiga estava a salvo. “Obrigado a todos os que ajudaram a alertar as autoridades”, escreveu no Twitter. “O poder de as pessoas ajudarem alguém através das redes sociais é incrível”, frisou.

Kristina Barneski foi resgatada por uma equipa de bombeiros da cidade de Daytona Beach, que se apressaram a informar Brown, também através das redes sociais. Vários internautas aplaudiram o acto de bravura dos bombeiros, considerando-os “heróis” e agradecendo por terem resgatado Barneski. 

Até ao momento, a passagem do furacão Irma pelos Estados Unidos fez cinco vítimas mortais e levou 127 mil pessoas a refugiarem-se em abrigos temporários. Durante a manhã desta terça-feira, oito milhões de pessoas não tinham electricidade na Florida, na Georgia e na Carolina do Sul.