Câmara de Gaia quer apoiar renda de jovens a viverem sozinhos

Na reunião de Câmara da próxima segunda-feira, a comparticipação do arrendamento de casas a jovens vai ser discutida

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Câmara de Gaia quer incentivar jovens a serem independentes NFACTOS/Fernando Veludo

A Câmara de Vila Nova de Gaia vai comparticipar o custo das rendas da população jovem através de um programa que visa incentivar a sua emancipação, indicou esta sexta-feira o autarca local. Esta é uma das medidas do Plano Municipal da Juventude que será analisado segunda-feira em reunião de Câmara e que prevê a majoração do apoio para quem escolher viver no interior do concelho.

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A Câmara de Vila Nova de Gaia vai comparticipar o custo das rendas da população jovem através de um programa que visa incentivar a sua emancipação, indicou esta sexta-feira o autarca local. Esta é uma das medidas do Plano Municipal da Juventude que será analisado segunda-feira em reunião de Câmara e que prevê a majoração do apoio para quem escolher viver no interior do concelho.

Este plano inclui uma dimensão dedicada à empregabilidade, com a autarquia a assumir o co-financiamento de bolsas de estágios profissionais, entre outros aspectos, e reforça a medida de apoio à habitação, um programa que já existe no concelho, mas dando enfoque aos jovens. O presidente da Câmara, Vítor Rodrigues, referiu que "os jovens têm, na maioria das vezes, e na fase inicial da vida laboral, vínculos precários", situação que "muitas vezes os impede de sair de casa dos pais".

"É diferente ser jovem a estudar no Ensino Superior ou ser jovem que no final da escolaridade obrigatória vai trabalhar. É diferente ser jovem desempregado de longa duração ou ser jovem com trabalho estabilizado. Procuramos identificar as áreas de intervenção, fugindo à tradição de fazer planos de juventude que são planos de eventos episódicos", descreveu o autarca.

O programa municipal de apoio ligado ao mercado de arrendamento vai abranger jovens até aos 30 anos, que serão apoiados independentemente dos recursos, uma vez que não estão só em causa as situações de carência, mas também as classes médias e os jovens que procuram autonomia. "Esta foi a primeira medida que países como a Dinamarca assumiram no combate à baixa natalidade: apoiar a emancipação dos jovens que não conseguiam apoio no mercado de arrendamento ou de compra de habitação", apontou Eduardo Vítor Rodrigues.

As percentagens de comparticipação vão dos 30 aos 50% e há majoração conforme a escolha da localização, saindo beneficiados os jovens que optem por arrendar fora do centro, ou seja, nas freguesias do interior.

Creche municipal e apoio a idosos em discussão

Na segunda-feira também será discutido o Plano Municipal para a Igualdade de Género, Cidadania e não Discriminação, um documento que Vítor Rodrigues explicou ser principalmente vocacionado para a garantia de igualdade dentro do próprio município e das empresas municipais. Uma das medidas estudadas é a criação de uma creche municipal para os filhos dos funcionários, um serviço que inicialmente poderá abranger cerca de três dezenas de crianças.

"Esta é uma área que impede as mulheres de voltar ao mercado de trabalho com a velocidade que gostariam. Este plano tem uma vocação inspiradora pois vai ser divulgado o mais possível nas empresas, instituições e próprias famílias, em jeito de sensibilização. A igualdade de género é um tema que parece óbvio para toda a gente, mas a realidade é que ainda está longe de ser consumado", referiu o autarca.

A ordem de trabalhos da próxima reunião de Câmara contém ainda a discussão do Plano de Desenvolvimento Social, cujas principais apostas são o apoio a idosos em contexto domiciliário e os cuidados paliativos e continuados. "Temos idosos que vivem em casas dignas e com condições de mobilidade, mas não têm, ou porque os filhos estão longe ou por dificuldades financeiras, retaguarda familiar suficientemente forte”, descreveu o presidente da Câmara, explicando que também “os cuidados paliativos e continuados são uma lacuna do concelho já que nem o hospital, nem privados, nem as IPSS asseguram na totalidade esta área".

A perspectiva nacional é de que, até ao final do ano, abram os regulamentos para candidaturas a fundos comunitários nestas áreas. A intenção da autarquia de Gaia é "apostar com força", tendo Vítor Rodrigues frisado o compromisso da Câmara com as IPSS de assumir a percentagem de comparticipação local/nacional.