Centenas de mortos em deslizamento de terra na Serra Leoa

Cruz Vermelha faz contabilidade inicial. Chuvas precipitaram lama para cima das casas enquanto as pessoas dormiam.

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Chuvas intensas provocaram uma torrente de lama Sociedade para a Comunicação das Alterações Climáticas da Serra Leoa

Centenas de pessoas - pelo menos 312 segundo informações da Cruz Vermelha - morreram depois de um deslizamento de terra na capital da Serra Leoa, Freetown. O responsável da organização no país, Constant Kargbo, disse à estação de televisão norte-americana CBS que o número de mortos indicado era ainda provisório e que deveria vir a ser "extremamente alto". Durante a tarde a Cruz Vermelha indicou que pelo menos 2015 corpos foram já entregues à morgue local.

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Centenas de pessoas - pelo menos 312 segundo informações da Cruz Vermelha - morreram depois de um deslizamento de terra na capital da Serra Leoa, Freetown. O responsável da organização no país, Constant Kargbo, disse à estação de televisão norte-americana CBS que o número de mortos indicado era ainda provisório e que deveria vir a ser "extremamente alto". Durante a tarde a Cruz Vermelha indicou que pelo menos 2015 corpos foram já entregues à morgue local.

O vice-Presidente Victor Bockarie Foh disse que "é provável que haja centenas de mortos". “O desastre é tão grande que eu próprio senti um grande desgosto”, declarou ainda, segundo a agência Reuters.

Depois de chuvas intensas, uma torrente de lama lançou-se sobre as casas, deixando muitas cobertas. Pensa-se que a maioria das pessoas estariam a dormir quando isso aconteceu, e que muitas delas estejam soterradas e incapazes de escapar. 

O jornal Sierra Leone Telegraph diz que equipas de resgate estão no local a tentar salvar sobreviventes, mas que a missão é muito difícil. O exército foi chamado a ajudar nas operações de resgate. Testemunhas falam de familiares a tentar chegar a pessoas sob escombros e lama.

O jornal acrescenta que entre os mortos há pelo menos 60 crianças.

Mohamed Sinneh, técnico na morgue do principal hospital de Freetown, disse que já não havia lugar para mais corpos de vítimas, sublinhando o grande número de crianças. Muitos mortos estão a ser encaminhados para morgues privadas, acrescentou.

Imagens da cidade publicadas nas redes sociais mostravam pessoas com lama acima da cintura a tentarem chegar a pontos seguros. Mais de quinhentas casas foram destruídas, acrescenta o Sierra Leone Telegraph.

As cheias não são um fenómeno raro na Serra Leoa, e também não é assim tão fora do comum que casas sejam destruídas pelas chuvas. Em 2015 morreram dez pessoas em cheias no país, e centenas ficaram sem casa.

Abdul Tejan-Cole, antigo encarregado da comissão anti-corrupção da Serra Leoa, declarou no Twitter que “as cheias expõem, mais uma vez, o mau planeamento e a falta de um sistema nacional de gestão de emergências”.