Timor: Xanana Gusmão demite-se do CNRT

Xanana defende que partido deve ser oposição timorense, depois de a Fretilin ter vencido as legislativas de 22 de Julho.

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Xanana Gusmão LUSA/ANTONIO DASIPARU

Xanana Gusmão demitiu-se nesta sexta-feira da presidência do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), assumindo responsabilidade pela derrota do partido nas legislativas, e defendeu que o partido não deve entrar numa coligação de Governo e deve ser oposição.

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Xanana Gusmão demitiu-se nesta sexta-feira da presidência do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), assumindo responsabilidade pela derrota do partido nas legislativas, e defendeu que o partido não deve entrar numa coligação de Governo e deve ser oposição.

Esta é a primeira reacção do histórico líder timorense, depois de a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) ter vencido as eleições de 22 de Julho, com uma margem de mil votos face ao CNRT, num resultado já validado pelo Tribunal de Recurso timorense.

A Fretilin, liderada por Mari Alkatiri, elegeu 23 deputados ao Parlamento timorense, acima dos 22 mandatos conquistados pelo CNRT.

Se Xanana ainda não se tinha pronunciado desde a derrota eleitoral, já o secretário-geral da Fretilin mostrou-se confiante de que o próximo Governo timorense seria liderado pelo seu partido com o apoio do CNRT e aberto a pessoas válidas “dentro e fora” das lides partidárias.

“Eu nunca tive dúvida a esse respeito. Acho que é isso mesmo que vai acontecer”, disse Alkatiri, quando questionado pela Lusa sobre se considerava viável um Governo com o CNRT, ou o apoio deste partido. Um cenário que agora fica envolto em dúvidas pela posição assumida esta sexta-feira pelo líder demissionário da segunda força política mais votada.