O PSD “não existe”, diz Ângelo Correia

Ex-dirigente social-democrata rejeita criticar directamente Passos Coelho, de quem diz não ser "padrinho".

Foto
Ângelo Correia durante um congresso do PSD em 2008, em Guimarães ADRIANO MIRANDA / Arquivo

O antigo dirigente social-democrata Ângelo Correia acusa a liderança do PSD de “inércia” e diz que o partido está votado ao “silêncio” e à “ausência”. O ex-ministro diz mesmo que nem consegue criticar o líder da oposição. “Nós só podemos criticar aquilo que existe e como não existe nós nem sequer podemos criticar”, disse Correia, em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O antigo dirigente social-democrata Ângelo Correia acusa a liderança do PSD de “inércia” e diz que o partido está votado ao “silêncio” e à “ausência”. O ex-ministro diz mesmo que nem consegue criticar o líder da oposição. “Nós só podemos criticar aquilo que existe e como não existe nós nem sequer podemos criticar”, disse Correia, em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias.

“O grande problema para o PSD hoje em dia é o vazio que ele está a criar à sua volta, porque um partido político não pode deixar abandonado quem nele vota”, considera. Ângelo Correia não antecipa, no entanto, que um eventual novo partido na área política do PSD possa vir a ser bem sucedido.

O ex-ministro rejeita o título de “padrinho” de Passos Coelho e diz que ajudou outros dirigentes, dando o exemplo de Luís Filipe Menezes. “A minha intenção é sobretudo ajudar o partido”, justifica.

Apesar das palavras duras dirigidas ao seu partido, Correia recusa criticar directamente Passos Coelho. “Eu não posso criticar Passos Coelho, não posso, não o faço, nem o quero fazer, sem ter em conta que ele é um produto do próprio partido”, afirma o empresário.

A alternativa na liderança deverá passar por Rui Rio, considera Ângelo Correia, mas só a partir de Outubro, após as eleições autárquicas.