Fenprof anuncia que vai manter greve nesta quarta-feira, dia de exames nacionais

Mário Nogueira anunciou decisão após encontro com ministro da Educação. Também a FNE decidiu manter a convocação da greve de professores de quarta-feira.

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Miguel Manso

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) anunciou nesta segunda-feira à noite que vai manter a greve de docentes nesta quarta-feira, dia de exames nacionais. A informação foi prestada pelo secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, depois de uma nova reunião com o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

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A Federação Nacional de Professores (Fenprof) anunciou nesta segunda-feira à noite que vai manter a greve de docentes nesta quarta-feira, dia de exames nacionais. A informação foi prestada pelo secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, depois de uma nova reunião com o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

Também a FNE decidiu manter a convocação da greve de professores de quarta-feira, uma vez que, e à semelhança da Fenprof, considera as respostas dadas pela tutela na reunião de segunda-feira insuficientes face às reivindicações sindicais.

Segundo Mário Nogueira, a Fenprof vai ainda fazer chegar mais propostas ao ministério, mas a greve manter-se-á se não houver um compromisso em torno do descongelamento das carreiras, horários dos professores e criação de um regime especial de aposentação. “Até às 23h59 de terça-feira ainda pode ser desconvocada”, reiterou.     

Questionado pelos jornalistas, Mário Nogueira afirmou ainda que teria desconvocado a greve se esta coincidisse com um dos dias de luto nacional decretados na sequência da tragédia de Pedrógão Grande.

Na semana passada, um colégio arbitral decretou serviços mínimos para serem cumpridos durante a greve dos professores de modo a garantir que se realizem todos os exames do 11.º ano marcados para quarta-feira e a prova de aferição do 2.º ano de escolaridade, também agendada para esse dia. Com esta decisão, e como a maioria dos alunos já se encontram de férias, os efeitos da greve dos professores foram em grande parte esvaziados.

A dois dias da greve, a Fenprof e a Federação Nacional de Educação (FNE) foram chamadas para uma reunião com Tiago Brandão Rodrigues. O encontro tinha sido pedido com urgência, no sábado, pela Fenprof, e a resposta chegou ao final da manhã desta segunda-feira.

FNE quer compromisso quanto às reivindicações

Tanto a Fenprof, como a FNE têm reiterado que estão disponíveis para desconvocar a greve no caso do ministério se mostrar disponível para chegar a compromisso em torno das principais reivindicações apresentadas pelos sindicatos. Estas têm, essencialmente a ver com a exigência de abertura novos períodos de vinculação extraordinária dirigidos a professores contratados, com o descongelamento das carreiras, a partir de Janeiro de 2018, e ainda com a criação de um regime especial de aposentação para os docentes.

Num comunicado divulgado nesta segunda-feira, a FNE, que deverá reunir com o ministro ainda nesta segunda-feira à noite, mostrava-se disponível “para, de imediato, manter as reuniões que forem necessárias” de modo a se chegar a um compromisso, com vista “à melhoria da qualidade da educação e a valorização” dos professores. 

Num documento enviado na sexta-feira aos sindicatos, o ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues elencara os resultados a que se chegara nas reuniões de 6 de Junho com a Fenprof e a FNE. Os resultados deste encontro tinham sido considerados, logo na altura, insuficientes.

O documento de sexta-feira, enviado pelo ministério, não aproximou as diferentes partes deste processo negocial: por considerarem que era apenas uma repetição do que fora dito a 6 de Junho, o documento enviado pelo ministro foi também considerado “insuficiente”. Os sindicatos retiveram, no entanto, como positivo, o facto de Tiago Brandão Rodrigues ter assinalado que se mantinha “disponível para o diálogo”, uma referência que levou a Fenprof a solicitar a reunião desta segunda-feira.