Almaraz: central nuclear sofre paragem não programada

Ambientalistas pedem investigação e falam de falhas repetidas.

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Enric Vives Rubio

A central nuclear de Almaraz, em Espanha, sofreu nesta segunda-feira uma paragem não programada que interrompeu a alimentação eléctrica do reactor, denunciaram hoje o Movimento o Movimento Ibérico Antinuclear (MIA) e a Associação Ecologistas em Acção.

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A central nuclear de Almaraz, em Espanha, sofreu nesta segunda-feira uma paragem não programada que interrompeu a alimentação eléctrica do reactor, denunciaram hoje o Movimento o Movimento Ibérico Antinuclear (MIA) e a Associação Ecologistas em Acção.

O controlador automático disparou e deu-se uma paragem automática no reactor, adiantaram à agência Lusa os ambientalistas, num comunicado divulgado pela associação portuguesa Zero, que integra o MIA.

A alimentação eléctrica é fundamental para manter todos os sistemas de controlo e a segurança em funcionamento, explicam as associações, adiantando que a sua interrupção leva à paragem do reactor para evitar males maiores.

Segundo os ambientalistas, não é a primeira vez que o fornecimento de energia dos reactores dá problemas, tendo ocorrido problemas similares em Janeiro de 2016.

No sábado houve outro incidente no sistema eléctrico de salvaguardas, desta vez na unidade II de Almaraz, central que fica a cerca de cem quilómetros de Portugal.

“Esta acumulação de incidentes, ainda mais quando acontece no mesmo sistema de alimentação eléctrica, mostra claramente que a central trabalha, a cada dia que passa, com a segurança mais degradada”, advertem o Movimento Ibérico Antinuclear, composto por várias organizações portuguesas e espanholas, e os Ecologistas em Acção.

Para os ambientalistas, é imperativo a realização de uma investigação para averiguar a causa específica dessas falhas repetidas.

“A causa principal é claramente o envelhecimento progressivo da central, que aconselha a que não seja prolongado o seu funcionamento”, vincam no comunicado.

O Movimento Ibérico Antinuclear e os Ecologistas em Acção reiteram a sua exigência para que não seja renovada a autorização de funcionamento da central de Almaraz, que tem licença até 2020. Esta exigência, dizem, é um requisito básico para proteger as pessoas e o ambiente de um risco cada vez maior de acontecer um grave incidente.