Neymar projecta Barcelona para “remontada” sem precedentes na Liga dos Campeões

Catalães apuraram-se para os quartos-de-final da Champions com golo decisivo aos 90+5', que fixou o 6-1 final sobre o PSG.

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O Barcelona bateu o PSG por 6-1 e consumou, no último lance da noite, em Camp Nou, uma “remontada” histórica e tida como impossível, superando pela primeira vez uma desvantagem de 4-0 na principal prova europeia e qualificando-se para os quartos-de-final da Champions.

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O Barcelona bateu o PSG por 6-1 e consumou, no último lance da noite, em Camp Nou, uma “remontada” histórica e tida como impossível, superando pela primeira vez uma desvantagem de 4-0 na principal prova europeia e qualificando-se para os quartos-de-final da Champions.

Com um arranque-canhão, o Barcelona chegou ao intervalo com a nítida sensação de que o peso da história e das estatísticas em matéria futebolística nem sempre é insustentável, ainda que à vantagem de dois golos construída na primeira parte tenha faltado brilhantismo.

Apesar do cerco montado aos franceses, os golos resultaram de acções mais ou menos caricatas, fruto da prestimosa ajuda de Verratti e Trapp logo ao terceiro minuto e com a colaboração impagável de Kurzawa aos 40’, a marcar na própria baliza. O que faltou em estilo e classe aos golos do Barça sobrou em adrenalina pura, convertida em motivação na vertigem que percorreu o estádio e paralisou os parisienses.

Para os espanhóis, abrir e fechar a primeira parte com dois golos encaixava na perfeição no plano gizado para dar corpo a uma recuperação histórica, capaz de estabelecer um recorde de apuramentos consecutivos para os quartos-de-final da Champions e de estabelecer um novo máximo em termos de reviravoltas. Para roçar a perfeição, faltava um golo a abrir a segunda metade. Golo que Messi assinaria, na conversão de um penálti polémico, assinalado por indicação do juiz de baliza, na sequência da queda de Neymar após choque inadvertido com Meunier.

Os catalães estavam cada vez mais perto do objectivo, da “remontada” improvável, agora à vista, embora cientes de que a eliminatória se jogava no fio da navalha, como fez questão de lembrar Cavani com um remate ao poste. Um golo do PSG teria um efeito devastador nas hostes espanholas e Emery alimentava essa ilusão. Di María, herói da primeira mão, que esteve em dúvida, saltava do banco para agitar um fantasma que reencarnou em Edinson Cavani. O uruguaio fez mesmo o golo da ordem (62’) e poderia até ter aniquilado depois as ambições catalãs, isolando-se e falhando o segundo.

A sorte da eliminatória parecia traçada, mas Neymar (88’, de livre directo, e 90+1’, de penálti) deixou tudo em suspenso até ao último sopro. Um sopro fatal para os parisienses, que tiveram de suportar uma pressão incrível nos cinco minutos extra, cedendo mesmo no fim ao golpe cruel de Sergi Roberto, após assistência de Neymar.     

Estava feito o 6-1. A festa nas bancadas ganhava uma dimensão improvável, mas poucos adeptos terão ficado tão radiantes como Luis Enrique, que saltou para o relvado a abraçar os jogadores e a celebrar efusivamente. O treinador espanhol pode estar já a prazo, mas esta página de história já ninguém poderá apagá-la.