Marcelo contra mudanças no ensino sempre que muda Governo

Chefe de Estado presidiu à sessão solene da 22.ª edição do Dia da Faculdade de Medicina do Porto.

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Presidente da República esteve na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Rui Gaudencio/Publico

O Presidente da República defende que as “estruturas curriculares não devem mudar de cada vez que muda o Governo, mas devem ser repensadas à luz das alterações dos tempos”.

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O Presidente da República defende que as “estruturas curriculares não devem mudar de cada vez que muda o Governo, mas devem ser repensadas à luz das alterações dos tempos”.

“As estruturas curriculares não podem mudar de cada vez que muda o Governo; não podem mudar de cada vez que muda a liderança de uma instituição académica, nomeadamente universitária, mas devem ser repensadas à luz da aceleração dos tempos. Isso, porventura, aplica-se à Medicina”, declarou o Presidente da República, ontem, no Porto.

Na sessão comemorativa da 22.ª edição do Dia da Faculdade de Medicina do Porto (FMUP), Marcelo Rebelo de Sousa falou do “esforço sério” que o país e os portugueses estão a fazer para “cumprirem compromissos internacionais numa trajectória de afirmação de finanças sãs e de equilíbrio financeiro interno e externo”, para explicar que esse esforço “tem custos e as academias pagam esses custos”.

Antes, o reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo, falara da “premência “ em se rever o “edifício público, no que às universidades diz respeito, mas igualmente nas áreas públicas competitivas”. “Não podemos ter um quadro jurídico monolítico para o funcionamento das grandes instituições públicas, mas é em larga medida o que temos”, afirmou. Referindo-se concretamente à UP, disse: “Vivemos actualmente com um regime fundacional mitigado, que tanto ou mais do que o financiamento do Estado limita a nossa capacidade competitiva no panorama internacional”.

Já a directora da Faculdade de Medina da Universidade do Porto, Maria Amélia Ferreira, centrou-se nas dificuldades que a instituição atravessa para dizer que “o financiamento obtido através do Orçamento do Estado representa apenas 54% dos proveitos totais da FMUP e paga apenas 82% dos custos com pessoal e 55% dos custos totais”. Dirigindo-se ao reitor da UP, a directora da faculdade advertiu que “há anos que não se abrem lugares para a progressão de carreira médica na FMUP” e que “é urgente reverter esta situação”.