Almaraz prepara renovação da exploração após 2020

A estrutura “está preparada para operar para além dos 40 anos” garante a empresa espanhola, enquanto o Conselho de Segurança Nacional admite que possa operar 60 anos.

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A central de Almaraz tem licença até 2020 LUSA/NUNO VEIGA

A administração da central nuclear de Almaraz (CNA), instalada na região de Cáceres, já está a preparar a documentação necessária para poder renovar o período de exploração que acaba em 2020, adiantaram à agência Efe elementos da empresa. A estrutura existente “está preparada para operar para além dos 40 anos”, assumem as mesmas fontes, enquanto o Conselho de Segurança Nacional (CSN) espanhol vai mais longe, admitindo a possibilidade de as centrais nucleares operarem durante 60 anos.

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A administração da central nuclear de Almaraz (CNA), instalada na região de Cáceres, já está a preparar a documentação necessária para poder renovar o período de exploração que acaba em 2020, adiantaram à agência Efe elementos da empresa. A estrutura existente “está preparada para operar para além dos 40 anos”, assumem as mesmas fontes, enquanto o Conselho de Segurança Nacional (CSN) espanhol vai mais longe, admitindo a possibilidade de as centrais nucleares operarem durante 60 anos.

A CNA tem um prazo até 8 de Junho deste ano para entregar a documentação obrigatória, que inclui um “plano integrado de avaliação e gestão do envelhecimento das instalações”. A administração de Almaraz vai ter ainda de apresentar um estudo de segurança que inclua análises sobre o envelhecimento das estruturas, dos sistemas e componentes da central num período de operação a longo prazo, salienta a Efe.

Terá ainda de apresentar uma proposta de revisão das especificidades técnicas de funcionamento, incluindo as mudanças necessárias para manter a operação a longo prazo, e uma proposta de revisão do plano de gestão de resíduos correspondente à operação nestas circunstâncias.

Uma vez apresentada a documentação, prossegue a agência Efe, as infra-estruturas da CNA “serão auditadas e inspeccionadas pelo CSN, que deverá emitir um parecer. Se for negativo, terá carácter obrigatório e vinculativo, e se for positivo, a última palavra cabe ao respectivo ministério” acentua.

Entretanto o Partido Podemos, logo que tomou conhecimento da pretensão da empresa que detém a exploração da central de Almaraz, de renovar o contrato, mostrou-se contra o alargamento da actividade de “uma central que cumprirá 40 anos em 2020”, período para que foi “programada e concebida.”

Com a construção do aterro de resíduos nucleares que está previsto iniciar obras, a deputada do Podemos, Jara Romero, referiu que a empresa “ pretende o prolongamento da vida da central”.

Referindo-se ao acidente que se registou na central nuclear francesa de Flamanville, a deputada espanhola salientou que se trata de "uma central com características muito similares às de Almaraz”, pormenor que deveria consciencializar a população para "o perigo que representa alargar a vida útil da central de Cáceres”.

Como alternativa à energia nuclear, Romero recordou que a Extremadura tem a alternativa das energias renováveis e com elas “acabar com a central de Almaraz”.

A agência Efe sublinha que ao longo dos últimos anos foram investidos na “segurança, modificações e actualizações tecnológicas na central nuclear de Almaraz” mais de 600 milhões de euros.

O Bloco de Esquerda, entretanto, já anunciou que vai solicitar a audição do ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, no Parlamento.