Jerónimo responsabiliza presidente do Eurogrupo pela subida das taxas de juro

Líder comunista participou na sessão de apresentação dos candidatos da CDU aos órgãos municipais do Porto.

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou esta sexta-feira o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e o presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade, Klaus Regling, de estimularem a especulação dos mercados e a subida das taxas de juro.

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou esta sexta-feira o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e o presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade, Klaus Regling, de estimularem a especulação dos mercados e a subida das taxas de juro.

"Nunca como agora o défice das contas públicas foi tão baixo" pelo que, graças aos resultados conseguidos na economia nacional, "seria de esperar" que as taxas de juro nos mercados fossem "mais favoráveis" ao país, apontou Jerónimo durante uma sessão de apresentação dos candidatos da CDU aos órgãos municipais do Porto.

"Apesar se ter cumprido o défice, apesar de ter um saldo primário como nunca teve, aqueles senhores repetem publicamente que Portugal tem de avançar com reformas, leia-se reduzir salários e pensões", disse, acrescentando que isso é o "que os especuladores querem ouvir, para assim terem a justificação para aumentarem as taxas de juro no chamado mercado secundário e criarem sérias dificuldades ao financiamento do país".

“Os especuladores sentem as costas quentes e sentem-se estimulados pelas declarações contínuas e verrinosos ditotes do presidente do Eurogrupo, e do presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade, dois capatazes do intratável ministro das Finanças do Governo alemão”, Wolfgang Schäuble, declarou o secretário-geral dos comunistas.

Jerónimo de Sousa discursava no edifício dos Paços do Concelho, na sessão de apresentação da candidatura da CDU aos órgãos municipais do Porto. A antiga eurodeputada, Ilda Figueiredo, é candidata à câmara municipal, e o ex-vereador Rui Sá lidera a lista à assembleia municipal.

Logo no início da sua intervenção, o secretário-geral do PCP acusou indirectamente o PS por não apresentar uma candidatura à segunda cidade do país. “Vamos para este combate eleitoral convictos de que estamos em condições de fazer destas eleições, num contexto em que outros parecem abdicar de uma candidatura própria, um momento de construção de um resultado que projecte a CDU como uma forte e decisiva força que conta no poder local no Porto”, afirmou.

Ilda Figueiredo, que lidera a lista da Coligação Democrática Unitária (CDU) à câmara, disse que o “Porto precisa da CDU, do seu olhar insubmisso, da sua vontade de não se confinar aos muros da complacência”. “O Porto precisa de quem dialogue com as suas gentes, ouça os seus queixumes, meta pés ao caminho e percorra com o mesmo interesse as alamedas floridas de Serralves ou as travessas esburacadas de ilhas ou bairros esquecidos em Campanhã, Bonfim, centro histórico, Cedofeita, Ramalde ou Paranhos”, disse.

A candidata puxou pelos créditos dos eleitos da CDU aos longos dos anos para elogiar o contributo que deram e que foi, segundo disse, “muito importante para aprofundar o funcionamento democrático dos órgãos autárquicos”. Falou de transparência na gestão municipal e terminou dizendo que a “candidatura da CDU é também uma garantia para assegurar que se desenvolverão todos os esforços para uma gestão municipal atenta à defesa e promoção do património material e imaterial do Porto, para o seu revolvimento equilibrado e inclusivo”.

Por seu lado, o candidato à Assembleia Municipal do Porto, Rui Sá, partilhou a motivação que sente pelo seu regresso à vida autárquica da cidade e aproveitou para criticar aqueles que abdicam das suas próprias propostas e ideias. “Num debate que ajuda a aprofundar a democracia porque esta é feita de diferenças, o pior que pode acontecer é haver quem abdica das suas propostas e ideias – ou, ainda mais grave, das propostas e ideias que apresentaram aos eleitores subordinando-as à conquista de quinhões de poder”.

Rui Sá não esqueceu o quase “unanimismo” que a candidatura do independente Rui Moreira congrega, contando com o apoio do CDS e do PS.

“Este pseudo-unanimismo, perigoso, porque alimenta clientelas, facilita interesses alheios à cidade e faz germinar populismos, é ainda mais grave quando se assiste, por parte dos seus defensores, de uma tentativa de diabolização da única força política – a CDU – que, naturalmente, ousa discordar das opções tomadas, criticando-as com fundamentação, elevação e, muito importante nos tempos que correm, em coerência com os compromissos que assumiu com os portuenses”, considerou Rui Sá.