Exames médicos serão mais apertados para candidatos a cursos de tropas especiais

Exército reformula procedimentos de avaliação médica e meios auxiliares de diagnóstico para dar acesso aos cursos de Comandos, Pára-quedistas e Operações Especiais.

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Dois militares morreram no início do 127.º curso de Comandos Miguel Manso

Os aspirantes às forças de elite do Exército português terão de ser sujeitos a exames médicos antes de integrarem os cursos que lhes podem abrir portas aos Comandos, aos Pára-quedistas e às Operações Especiais. Passam a estar previstas três fases de exames – uma avaliação mais fina do que até aqui –, tendo em vista o despiste de problemas de ordem cardiológica ou ortopédica.

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Os aspirantes às forças de elite do Exército português terão de ser sujeitos a exames médicos antes de integrarem os cursos que lhes podem abrir portas aos Comandos, aos Pára-quedistas e às Operações Especiais. Passam a estar previstas três fases de exames – uma avaliação mais fina do que até aqui –, tendo em vista o despiste de problemas de ordem cardiológica ou ortopédica.

“Na sequência das recomendações apresentadas pela Inspecção Técnica Extraordinária efectuada pela Inspecção Geral do Exército ao Curso de Comandos, o Exército procedeu à reavaliação das Provas de Classificação e Selecção para ingresso nas tropas especiais”, lê-se num comunicado enviado nesta quarta-feira às redacções.

Na nota assinada pelo porta-voz do Exército, o tenente-coronel Vicente Pereira informa que “foi elaborada uma Norma de Autoridade Técnica que define o processo de avaliação dos candidatos”. Um processo “assente em três fases, diferenciadas pela complexidade dos exames efectuados, e três níveis, conforme a tipologia de instalações de saúde envolvidas”.

Os candidatos serão submetidos inicialmente a uma “avaliação médica pré-participação” nas Unidades de Saúde do Exército. Se o seu estado de saúde levantar dúvidas nessa primeira fase, serão alvo de “uma avaliação mais aprofundada” por médicos especialistas. “Todas as situações que continuem a suscitar dúvidas relativas à aptidão do candidato” serão avaliadas por uma Junta Militar de Aptidão, à qual pertence a decisão de “eventual inaptidão”.

O Exército dá ainda conta dos três níveis de exames a realizar em cada uma dessas três fases de avaliação clínica: primeiro, os candidatos respondem a um questionário de saúde, fazem avaliação biométrica, exames complementares básicos e uma consulta médica; depois, já nos centros de saúde do Exército, são submetidos a avaliação em medicina do exercício, a avaliação psiquiátrica e a exames complementares adicionais.

A Junta Militar de Aptidão pode entrar em cena na segunda ou na terceira fases, quando os militares cujos boletins clínicos ainda suscitarem dúvidas forem avaliados em especialidades hospitalares e com recurso a exames complementares especiais. A aptidão dos candidatos para integrarem os cursos será decidida, finalmente, por uma Junta Hospitalar de Inspecção.

A Inspecção Técnica Extraordinária ao Curso de Comandos, na sequência da qual estas alterações foram produzidas, foi implementada após as mortes de dois formandos do 127.º curso de Comandos.