Angola e Moçambique entram em 2017 no top ten das moedas mais desvalorizadas

De acordo com a evolução das moedas nacionais durante 2016, estas duas divisas dos maiores países lusófonos em África estão entre as dez piores.

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AFP/ALAIN JOCARD

As moedas nacionais de Angola e Moçambique estão entre as dez que mais desvalorizaram durante o ano passado, com o kwanza a cair quase 20% e o metical a perder mais de 30% em 2016.

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As moedas nacionais de Angola e Moçambique estão entre as dez que mais desvalorizaram durante o ano passado, com o kwanza a cair quase 20% e o metical a perder mais de 30% em 2016.

De acordo com a evolução das moedas nacionais durante 2016, estas duas divisas dos maiores países lusófonos em África estão entre as dez piores, só superadas pelas moedas da Nigéria, Venezuela, Suriname e Egito, no caso de Moçambique, que teve uma desvalorização de 33,2%.

Angola, cujo kwanza desvalorizou 18,9% durante os últimos 12 meses, ficou ligeiramente melhor do que Moçambique, à frente das moedas da Mongólia, Congo e Serra Leoa. Angola e Moçambique enfrentam um significativo abrandamento económico decorrente da quebra dos preços das matérias-primas, nomeadamente do petróleo, e do abrandamento do crescimento mundial.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) e os doadores do Orçamento do Estado suspenderam a ajuda a Moçambique em Abril deste ano, no seguimento da divulgação de empréstimos escondidos garantidos pelo Governo, entre 2013 e 2014, no valor de mais de 1,4 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros), e que se somaram aos encargos já conhecidos da Empresa Moçambicana de Atum (Ematum), contratados em igual circunstância.

O Governo moçambicano assumiu, a 25 de Outubro, incapacidade financeira para pagar as próximas prestações dos seus encargos com os credores, defendendo uma reestruturação dos pagamentos, indispensável para um novo programa do FMI, cujas regras impedem a ajuda a países numa trajectória insustentável da dívida, como é o caso de Moçambique.

Devido à crise decorrente da quebra na cotação internacional do petróleo, Angola viu reduzir a receita fiscal para menos de metade em 2015, assim como a entrada de divisas no país, agravando o custo das importações e o acesso a produtos, inclusive alimentares, cujos preços dispararam.

O FMI antecipa que Angola registe um crescimento de 1,5% este ano, enquanto a previsão de expansão económica para Moçambique aponta para os 5,5%.