Elísio Summavielle: “Vemos com bons olhos a continuação da Fundação Berardo no CCB”

O presidente do Centro Cultural de Belém considera que mostrar a colecção do empresário madeirense "é um serviço público".

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Elísio Summavielle esta manhã na apresentação da programação do Centro Cultural de Belém para 2017 ENRIC VIVES-RUBIO

Hoje era o dia em que o Centro Cultural de Belém (CCB) retomava as apresentações públicas da sua programação anual e transformou-se no dia em que  uma vez mais, dirão alguns  o Museu Berardo ocupou o espaço mediático que deveria caber ao Centro Cultural de Belém (como se não bastasse já ocupar uma parte do seu espaço físico, dirão outros).

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Hoje era o dia em que o Centro Cultural de Belém (CCB) retomava as apresentações públicas da sua programação anual e transformou-se no dia em que  uma vez mais, dirão alguns  o Museu Berardo ocupou o espaço mediático que deveria caber ao Centro Cultural de Belém (como se não bastasse já ocupar uma parte do seu espaço físico, dirão outros).

Por isso, muitas das perguntas a que o presidente do CCB teve de responder estavam relacionadas com a renovação do acordo entre o Estado e Joe Berardo, que permitiu mostrar em Belém a colecção do empresário madeirense nos últimos nove anos e cuja assinatura está prevista para esta quarta-feira, às 10h. “Sim, é uma boa notícia”; sim, “estamos contentes”, foi dizendo Elísio Summavielle, sublinhando que não conhece ainda o documento que estabelece os termos finais desta adenda ao protocolo que o Governo socialista de José Sócrates celebrara com o coleccionador em 2006.

“Vemos com bons olhos a continuação da Fundação Berardo no CCB”, um “parceiro próximo” com quem trabalhar tendo por base um “diálogo franco”, “directo”, disse Summavielle ao PÚBLICO ao início da tarde, escusando-se a avançar pormenores sobre o que vai mudar na relação da casa que dirige com o museu que expõe a colecção do empresário: “Só poderei falar depois de ler o acordo. Não quero pronunciar-me sobre o peso do funcionamento [do Museu Berardo no orçamento do CCB] porque não sei o que foi decidido, embora haja a expectativa de que seja mais pequeno, desde já porque as despesas com a bilhética, por exemplo, vão passar para a Fundação Berardo”, explicou. “Seja como for, mostrar esta colecção no CCB é um serviço público porque ela é uma mais valia, até em termos pedagógicos.”

Quanto à tensão que parece ter sido regra nas relações entre os anteriores presidentes do CCB e Berardo, Summavielle é optimista: “Vamos trabalhar para atenuar tensões e acredito que tudo vai correr bem. Tanto eu como o comendador Berardo somos pragmáticos, gostamos de resolver problemas.”