Câmaras térmicas ajudam a detectar caçadores ilegais no Quénia

A caça ilegal é um dos maiores problemas das reservas naturais africanas porque são muito extensas, o que permite a fuga dos caçadores.

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Os elefantes são a espécie mais caçada pelas suas presas de marfim © Laszlo Balogh / Reuters

Vinte e oito caçadores foram presos no Quénia, quase todos na reserva do Masai Mara, devido a uma nova tecnologia que utiliza câmaras térmicas, anunciou esta segunda-feira o Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

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Vinte e oito caçadores foram presos no Quénia, quase todos na reserva do Masai Mara, devido a uma nova tecnologia que utiliza câmaras térmicas, anunciou esta segunda-feira o Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

Desenvolvido pelo WWF, esta tecnologia foi posta à disposição de uma unidade móvel de guardas armados de Masai Mara, encarregados de identificar caçadores que perseguem elefantes, rinocerontes ou pangolins pelas suas presas de marfim, chifres e escamas.

A tecnologia também foi instalada noutro parque queniano, cujo nome não foi mencionado.

“Os caçadores não podem utilizar a noite para fugir e se esconder”, afirmou Colby Loucks, responsável pelo projecto “Crime e Tecnologia” do WWF. “Esta tecnologia permite [aos guardas] identificar caçadores 24 sob 24 horas até uma milha de distância [1,61 quilómetros], mesmo no escuro da noite”.

Ao todo, 28 caçadores foram presos durante a noite graças a esta tecnologia, 26 deles no Masai Mara.

“Esta tecnologia tem um valor inestimável para a vigilância durante a noite”, assegurou Brian Heath, director executivo da célebre reserva, citado num comunicado do WWF. “Os três últimos caçadores presos pela nossa equipa estavam totalmente boquiabertos pela maneira como foram detectados”.

“Normalmente, escapam facilmente assim que é montada a emboscada, e não são detectados. Agora, as suas assinaturas (térmicas) são detectadas pela câmara térmica e conseguimos apanhá-los”, acrescentou.

Difícil de mitigar em África, devido à imensidão dos espaços por vigiar, a caça ameaça a extinção de muitas espécies, sendo que a mais emblemática é o elefante. Em dez anos, 110.000 paquidermes africanos morreram, vítimas de tráfico, quase um quarto da sua população actual.

No futuro, o WWT prevê a instalação desta tecnologia em drones de vigilância. Os testes começaram em Outubro no Zimbábue e no Mali.