Ancara deteve dois líderes e 13 deputados de partido pró-curdo

Deputados e líderes do HDP são acusados de recusarem testemunhar em casos que, segundo Ancara, envolvem crimes relacionados com "propaganda terrorista".

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Selahattin Demirtas é um dos líderes do HDP detido nesta sexta-feira AFP/OZAN KOSE/Arquivo

Dois líderes e pelo menos 13 deputados do partido pró-curdo do HDP (Partido Democrático dos Povos) foram detidos nesta sexta-feira com o argumento de que recusam testemunhar em casos que Ancara diz envolverem crimes relacionados com “propaganda terrorista”.

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Dois líderes e pelo menos 13 deputados do partido pró-curdo do HDP (Partido Democrático dos Povos) foram detidos nesta sexta-feira com o argumento de que recusam testemunhar em casos que Ancara diz envolverem crimes relacionados com “propaganda terrorista”.

A polícia turca realizou buscas na casa dos co-líderes daquele partido, Selahattin Demirtas e Figen Yuksekdag, em Ancara e na cidade de Diyarbakir, respectivamente, informou a Reuters citando deputados do partido cujas identidades não foram reveladas pela agência.

As autoridades dirigiram-se também à sede do partido na capital turca. Algumas imagens televisivas mostram funcionários do partido em altercações com a polícia durante as buscas. Uma testemunha revelou à Reuters que muitos carros da polícia e veículos armados fecharam as vias de acesso à rua onde se localiza a sede do HDP. Pelo menos 13 deputados foram igualmente detidos.

O HDP é o terceiro maior partido com assento parlamentar da Turquia, com 59 deputados. Os deputados gozam, em condições normais, de imunidade política, mas esta foi levantada no princípio deste ano no que se refere aos partidos pró-curdos.

O Governo turco acusa o HDP de ligações aos militantes do PKK, grupo que é classificado como uma organização terrorista pelos EUA, pela União Europeia e pela Turquia.