Animais em zoos e aquários: e se falássemos seriamente sobre o assunto?

Há uma década que a fotojornalista Jo-Anne McArthur se dedica a documentar os abusos cometidos contra animais. Em Abril, lança o livro “Captive” para abrir o debate: é aceitável manter animais fechados para entretenimento humano?

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Jo-Anne McArthur/ DR

Encontrou o babuíno a viver sozinho e enclausurado num “espaço terrivelmente pequeno”. Fotografou-o. Deixou-o segurar-lhe nas mãos e nos braços. O animal parecia feliz, apenas por ter alguém que lhe desse atenção. E Jo-Anne McArthur emocionou-se. Repetiu a visita quatro vezes no mesmo dia, como quem adia a despedida. “A memória dele com os dedos nas grades enquanto me via a ir embora é algo que nunca esquecerei”, recorda a fotojornalista. É por ele — e outros animais a viverem em jardins zoológicos e aquários — que em Abril publica “Captive”, um livro que é uma janela para a abertura do debate: é aceitável manter animais fechados em nome do entretenimento humano?

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Encontrou o babuíno a viver sozinho e enclausurado num “espaço terrivelmente pequeno”. Fotografou-o. Deixou-o segurar-lhe nas mãos e nos braços. O animal parecia feliz, apenas por ter alguém que lhe desse atenção. E Jo-Anne McArthur emocionou-se. Repetiu a visita quatro vezes no mesmo dia, como quem adia a despedida. “A memória dele com os dedos nas grades enquanto me via a ir embora é algo que nunca esquecerei”, recorda a fotojornalista. É por ele — e outros animais a viverem em jardins zoológicos e aquários — que em Abril publica “Captive”, um livro que é uma janela para a abertura do debate: é aceitável manter animais fechados em nome do entretenimento humano?

Jo-Anne McArthur anda há uma década a falar sobre o assunto. Com o seu projecto We Animals já viajou por mais de 40 países e fez fotografias que foram “rosto” de mais de uma centena de campanhas pelos direitos dos animais. Não precisava de mais provas de que algo tinha de mudar. Mas recentemente, “com a trágica morte do gorila Harambe, a necessidade de mudança torrou-se inegável”, diz na apresentação do “crowdfunding” através do qual está a juntar fundos para a publicação do livro “Captive”.

“Estamos numa fase importante da história. Mais do nunca, as pessoas estão a pensar sobre a ética de manter animais em cativeiro para nosso entretenimento. Esta reflexão vai ajudar a impulsionar uma nova era onde vamos reavaliar a nossa relação com os animais”, acredita a activista.

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Jo-Anne McArthur/ DR

Para este livro, a fotógrafa trabalhou em parceria com a Born Free Foundation e viajou pelo velho continente por vários meses. O objectivo era mostrar “como é ser um animal num zoo ou aquário”. E isso, diz, é algo que ela não precisa de explicar por palavras: “Os animais nestas fotografias falam por eles mesmos. Pedem-nos para olhar, para realmente ver e não virar as costas.”

O trabalho de Jo-Anne McArthur, já premiado por diversas vezes, inspirou a criação do documentário "The Ghosts In Our Machine". O primeiro livro da fotojornalista foi lançado em 2013, com o mesmo nome do seu projecto: We Animals. 

Ainda a um mês do fim, a campanha de “crowdfunding” já ultrapassou o valor de 20 mil dólares (cerca de 18170 euros) inicialmente fixado. Por 30 dólares (27 euros) é possível adquirir o livro.