Chá e cevada em cápsulas já valem 10% das vendas da Delta Q

Facturação do negócio das cápsulas deve crescer 10% este ano. Empresa lança novas máquinas para contornar tendência de “delapidação de preços”.

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Rui Miguel Nabeiro, administrador da Delta Cafés Nuno Ferreira Santos

A Delta Q já consegue 10% das suas vendas em produtos que não são café. Desde que a empresa, do grupo Delta, lançou cápsulas complementares, como a cevada ou o chá em cápsulas, conseguiu ganhar “mais clientes e alargar o consumo a outros momentos”. Rui Miguel Nabeiro, administrador, adianta que só a cevada vale 5% das receitas.

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A Delta Q já consegue 10% das suas vendas em produtos que não são café. Desde que a empresa, do grupo Delta, lançou cápsulas complementares, como a cevada ou o chá em cápsulas, conseguiu ganhar “mais clientes e alargar o consumo a outros momentos”. Rui Miguel Nabeiro, administrador, adianta que só a cevada vale 5% das receitas.

Nesta segunda-feira, no Centro Cultural de Belém, a Delta Q apresentou duas novas máquinas, uma gama de cápsulas de café com a assinatura de Rui Nabeiro, que fundou a Delta há 55 anos, e novos produtos de chá e cevada. É com estes lançamentos que a empresa pretende marcar terreno nos meses que restam do ano e dinamizar um negócio que, no caso das máquinas, está estagnado. Trata-se, diz Rui Miguel Nabeiro (neto do fundador), de apostar em “inovação de valor acrescentado”, numa altura em que se assiste a “uma delapidação de preços baixos”. “O que queremos é acrescentar valor”, sublinhou, acrescentando que no caso da Milk Qool, uma máquina para fazer bebidas à base de leite e café, a ideia é “puxar o mercado que está a entrar num ciclo de falta de inovação” e de baixo preço.

A Delta Q deverá chegar aos 70 milhões de euros de facturação em 2016, mais 10% do que no ano passado. Portugal representa 52% do total de vendas. “O nosso negócio é o café, o chá, as cevadas. As máquinas são necessárias para que o cliente consuma em casa”, sublinha o gestor. De acordo com Rui Miguel Nabeiro, a Delta Q tem uma quota de mercado de 27,4% (até à semana 39 deste ano, dados da Nielsen) e assume-se como líder, ultrapassando a concorrente Nespresso.

A área de negócio do café em cápsulas foi criada em 2007 e, nas primeiras experiências, produziram-se 395 cápsulas em oito horas. João Manuel Nabeiro, pai de Rui Miguel Nabeiro e membro do conselho de administração da Delta Cafés, adianta que três anos depois a empresa produzia 198 mil cápsulas. Agora, chega aos dois milhões por dia.

No evento, o fundador Rui Nabeiro foi apresentado pelo neto como o “maior conhecedor de café de Portugal”. Com 85 anos, subiu ao palco para apresentar as duas novas misturas de café em cápsula criadas a partir do seu gosto pessoal. E recordou os tempos em que a empresa de Campo Maior não era mais do que um sonho.

“Todos gostam de café. [É preciso é] a coragem de fazer e de realizar”, começou por dizer. Com a “imaginação” a comandar os passos, Rui Nabeiro contou que quando arrancou com o negócio poucos acreditavam que iria ter sucesso. “Quando lancei a Delta, comecei a caminhar. Os colegas da altura diziam: ele é do Alentejo, anda devagar”, continuou. E acrescentou: “Os colegas pensavam que eu ia atrasado, mas eu estava era adiantado”.