Uma maratona de exposições entre o MAAT e a Trienal de Arquitectura

Um percurso possível entre os 30 eventos do novo museu e da trienal.

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A obra de Dominique Gonzalez-Foerster na Galeria Oval Miguel Manso

5 de Outubro

A verdade faz-nos mais fortes

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5 de Outubro

Dominique Gonzalez-Foerster, Pynchon Park (MAAT, Galeria Oval), às 12h
A artista francesa apresenta uma obra site-specific, intitulada Pyncho Park, uma encomenda do MAAT que serve também para apresentar o espaço central do novo museu, a Galeria Oval, com os seus 1000 metros quadrados. O primeiro momento da exposição Utopia/Distopia (que chegará quando o MAAT abrir definitivamente em Março do próximo ano) cruza escultura, som, luz e performance num trabalho em que os próprios espectadores se tornam habitantes de um recinto que não deixa de ser uma jaula, criado por seres extraterrestres, para observar o comportamento humano nas condições mais aprazíveis.
   
A Forma da Forma, curadoria de Diogo Seixas Lopes (MAAT, Praça da Central Tejo), às 14h
Uma exposição da Trienal de Arquitectura de Lisboa sobre autoria e linguagem em arquitectura. Com curadoria de Diogo Seixas Lopes, falecido este ano, parte-se do arquivo da plataforma Socks para construir um atlas warburguiano (de Aby Warburg), quase infinito, de formas arquitectónicas. No exterior da Central Tejo, três arquitectos - Kersten Geers (Bélgica), Mark Lee (EUA) e Nuno Brandão Costa (Portugal) – constroem um edifício efémero, estabelecem também um diálogo entre as formas que usam na sua arquitectura, um híbrido que desafia noções de autoria e as fronteiras da forma. A Forma da Forma é também o tema geral de toda a trienal, que vai na sua quarta edição, e tem como curadores-gerais André Tavares e Diogo Seixas Lopes.

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O Mundo de Charles e Ray Eames (MAAT, Central Tejo), às 15h
Design, arquitectura e outras artes de um dos mais conhecidos casais do mundo da arte. A exposição do MAAT sobre os americanos vem do Barbican de Londres.

Nástio Mosquito, Respectable Thief (MAAT, Project Room), às 18h
Performance do artista e músico luso-angolano

Ryoji Ikeda, Supercodex, (MAAT, Project Room), às 21
Espectáculo audiovisual 

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Miguel Manso

6 de Outubro

Obra, curadoria de André Tavares (Fundação Calouste Gulbenkian) às 19h
Exposição da Trienal de Arquitectura de Lisboa sobre os estaleiros de obras ou como a forma da arquitectura é construída. “Há um olhar para o estaleiro de obra, que não é o estaleiro sujo e do lugar de conflito, mas o lugar onde há uma exigência de rigor que é fundamental para conseguir a qualidade de construção que desejamos”, diz André Tavares, o curador que é também arquitecto. A relação com o desenho que acontece no estaleiro e que é um momento decisivo em arquitectura. Muitas vezes, é sobre o que a obra devolve ao desenho.
Com projecto expositivo dos Sami, um atelier português de Setúbal, debruça-se sobre sete exemplos. Desde um relatório de Cedric Price sobre a reorganização das condições de trabalho num estaleiro; às experiências dos "mutirões" dos Usina, um colectivo de diversas disciplinas que no Brasil organiza estaleiros de auto-construção; à pré-fabricação pesada como a resposta da grande indústria à construção de casas para muitos, na perspectiva dos EUA e da URSS e na versão em desenhos animados feitos dos dois lados da Cortina de Ferro; até à influência do tempo em arquitectura através do exemplo da Casa da Música, em que as primeiras opções de projecto tiveram em conta os curtos prazos de realização anunciados na altura do lançamento do concurso.

7 de Outubro

O Mundo nos Nossos Olhos, curadoria dos Fig Projects (CCB, Garagem Sul), às 19h
Com projecto expositivo do atelier Barão-Hutter, observa como as cidades utilizam as formas e as devolvem aos arquitectos. Uma reflexão sobre uso e representação da arquitectura que completa a trilogia iniciada com A Forma da Forma e com Obra.

8 de Outubro

Uma História Triangular, curadoria de Pedro Bandeira (Palácio Pombal), às 19h30
O arquitecto Eduardo Souto de Moura, numa espécie de tautologia da forma da forma levada ao limite, apropria-se de três pirâmides da história da arquitectura: a grande pirâmide de Gizé, Antigo Egipto; a pirâmide invertida de betão-armado idealizada por Oscar Niemeyer para o Museu de Arte Contemporânea de Caracas; e a de vidro construída por I.M. Pei para o Museu de Louvre em Paris.