Acções do Deutsche Bank e Commerzbank caem e arrastam bolsas europeias

Títulos dos dois maiores bancos alemães em queda na Bolsa de Frankfurt.

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DANIEL ROLAND/AFP

As acções dos dois maiores bancos alemães, Deutsche Bank e Commerzbank, estavam nesta terça-feira a cair em Frankfurt e a arrastar as principais bolsas europeias, que assim a meio da sessão invertiam a tendência de alta da abertura.

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As acções dos dois maiores bancos alemães, Deutsche Bank e Commerzbank, estavam nesta terça-feira a cair em Frankfurt e a arrastar as principais bolsas europeias, que assim a meio da sessão invertiam a tendência de alta da abertura.

Cerca das 12h30 em Lisboa, a cotação do Deutsche Bank estava a cair cerca de 3% na Bolsa de Frankfurt para 10,20 euros, um novo mínimo dos últimos seis meses.

Entretanto, as acções do Commerzbank – segundo maior banco alemão – também continuavam hoje a cair, designadamente 2,7% para 5,875 euros, contra 6,038 euros na segunda-feira, porque, segundo a imprensa alemã, o banco poderá estar a estudar o corte de um quinto do pessoal, cerca de 9000 postos de trabalho, nos próximos anos.

Na segunda-feira, as acções do banco desvalorizaram-se cerca de 4%. Segundo a imprensa alemã, o Chief Executive Officer (CEO) do Commerzbank, Martin Zielke, deverá apresentar na sexta-feira um plano para o banco até 2020, que inclui a supressão dos referidos 9000 postos de trabalho. Actualmente, o Commerzbank tem cerca de 51.300 empregados.

Como outros bancos alemães, o Commerzbank está a sofrer das baixas taxas de juro na zona euro, da legislação mais apertada surgida depois da crise financeira, da forte concorrência no mercado bancário alemão e do aparecimento de novas técnicas digitais ao sector.

No início da crise financeira, o Governo alemão resgatou o Commerzbank em 2008 e depois em 2009 e, actualmente, Berlim continua a ter uma participação de cerca de 15% do capital da instituição.

Os títulos do Deutsche Bank têm estado a cair devido às dúvidas que suscita a situação do banco, depois do Departamento de Justiça norte-americano ter anunciado, em 15 de Setembro, a aplicação de uma multa recorde, de 14.000 milhões de dólares, para saldar o litígio imobiliário desencadeado no início da crise financeira em 2008.

Na altura do anúncio, o banco disse que "não tenciona saldar os potenciais pedidos civis que totalizam cerca de 14 mil milhões de dólares. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos convidou o banco alemão a apresentar uma contra-oferta, precisou o Deutsche Bank, sublinhando que as negociações "apenas acabam de começar".

O Deutsche Bank é acusado, como outros grandes bancos, de ter vendido a investidores antes do início da crise financeira de 2007/08 empréstimos hipotecários residenciais, que são créditos convertidos em produtos financeiros, sabendo que os mesmos eram tóxicos.

A denominada 'titulação', táctica, utilizada abundantemente pelos grandes bancos para converter carteiras de empréstimos em títulos financeiros que cedem depois nos mercados, é considerada a responsável pelas perdas registadas em 2008 por numerosos investidores, incluindo os que compraram os títulos associados às famosas subprimes.

O Deutsche Bank constituiu provisões de 5,5 mil milhões de euros (6,2 mil milhões de dólares) em 30 de Junho último para resolver litígios em curso, segundo documentos bolsistas.