Filipinas, os crimes de um presidente

A eleição de Rodrigo Duterte para Presidente das Filipinas, em Maio, espantou o mundo mas não os filipinos. Os que, atemorizados pelos cartéis da droga, votaram nele (foi eleito com 15,8 milhões de votos, 38,6% do total), sabiam do seu passado sanguinário e do seu absoluto desrespeito pelos direitos humanos, mas elegeram-no para se livrarem de um outro terror: o dos traficantes. Pois como autarca de Davao, cargo que ocupou durante 25 anos, Duterte (hoje com 71 anos) terá comandado pessoalmente várias execuções. Numa comissão de inquérito no Senado de Manila, um membro do esquadrão da morte está, com o estatuto de “arrependido”, a narrar com minúcia vários crimes que cometeu, com o seu grupo, envolvendo o presidente nalgumas execuções. Terá dado ordens para matar e matou, ele próprio, não só traficantes como adversários. Claro que isto não mudará o seu estatuto: o de vingador implacável que o medo manterá como presidente.

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A eleição de Rodrigo Duterte para Presidente das Filipinas, em Maio, espantou o mundo mas não os filipinos. Os que, atemorizados pelos cartéis da droga, votaram nele (foi eleito com 15,8 milhões de votos, 38,6% do total), sabiam do seu passado sanguinário e do seu absoluto desrespeito pelos direitos humanos, mas elegeram-no para se livrarem de um outro terror: o dos traficantes. Pois como autarca de Davao, cargo que ocupou durante 25 anos, Duterte (hoje com 71 anos) terá comandado pessoalmente várias execuções. Numa comissão de inquérito no Senado de Manila, um membro do esquadrão da morte está, com o estatuto de “arrependido”, a narrar com minúcia vários crimes que cometeu, com o seu grupo, envolvendo o presidente nalgumas execuções. Terá dado ordens para matar e matou, ele próprio, não só traficantes como adversários. Claro que isto não mudará o seu estatuto: o de vingador implacável que o medo manterá como presidente.