Festival Marés Vivas custa 225 mil euros à Câmara de Gaia

Os três dias do festival, que vai decorrer de 14 a 16 de Julho, estão já praticamente esgotados, afirma a organização.

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São esperadas 90 mil pessoas nos três dias do festival Paulo Pimenta

Depois da indefinição quanto à localização do festival Marés Vivas, a edição 2016 arranca já na próxima quinta-feira (dia 14) e é esperada casa cheia, com a expectativa da organização de que passem pela Praia do Cabedelo, em Vila Nova de Gaia, 90 mil pessoas nos três dias do evento. 

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Depois da indefinição quanto à localização do festival Marés Vivas, a edição 2016 arranca já na próxima quinta-feira (dia 14) e é esperada casa cheia, com a expectativa da organização de que passem pela Praia do Cabedelo, em Vila Nova de Gaia, 90 mil pessoas nos três dias do evento. 

A menos de uma semana do início do festival, “a adesão está a superar todas as expectativas”, refere o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues. O autarca relembra o esforço feito para manter o evento, que considera ser o "principal festival do Norte", salientou em conferência de imprensa realizada esta sexta-feira. Um esforço que se traduziu também no apoio financeiro da autarquia ao festival numa verba que ronda 225 mil euros, um acréscimo de 25 mil euros face ao ano passado. Ainda assim, no circuito internacional, o Marés Vivas é “o festival mais barato”, refere a organização.

A perspectiva é a de que se atinja "a fasquia" das 30 mil pessoas por dia. "Não conseguimos crescer mais porque o espaço não permite", afirmou Jorge Lopes, da PEV Entertainment. "Estamos com o dia 15 praticamente esgotado, faltavam setenta bilhetes. Julgo que durante o fim-de-semana [os outros dias] também ficarão esgotados”. 

Para o presidente da Câmara de Gaia, o Marés Vivas é um festival que tem muito de “familiar”. “Vêem-se muitos jovens acompanhados de pais, de famílias com uma enorme segurança, uma enorme tranquilidade. É dos festivais que não apresenta nenhum problema de segurança relevante”. Mas que se tem transformado num “marco da região em termos turísticos”, com a imagem “afirmada fora do próprio país, cada vez mais internacionalizada”.

“Têm sido evidentes esses impactos, quer em termos estritamente económico-financeiros, quer naquilo que mobiliza de energias aqui na região”. Impactos esses que diz ultrapassarem as fronteiras do concelho. “O que eu sei é que neste momento é muito difícil apanhar um quarto de hotel disponível no concelho e mesmo fora”, afirmou.

Recorde-se que no final do ano passado, a autarquia decidiu que o festival de Verão teria de mudar de local para um novo recinto junto à reserva do Estuário do Douro. A mudança motivou críticas de ambientalistas e a apresentação de duas providências cautelares pela Quercus. A mudança de local da Praia do Cabedelo para o Parque Urbano de S. Paio era pretendida tanto pela Câmara de Gaia como pela organização do festival (PEV – Entertainment), depois de terem sido conhecidos os planos de urbanização do espaço da Quinta de Marques Gomes, que pertence a privados. No entanto, como as obras ainda não tinham começado, o festival voltou à “casa”, no Cabedelo. 

A localização do festival em 2017 é ainda uma incógnita. “Vamos ver para o ano o que vamos fazer”, afirma Eduardo Vítor Rodrigues. Mas garante que “o município nunca fará nada que choque com valores fundamentais na área do ambiente, da sustentabilidade”. 

"Mas também não abdico de ter como parceiros entidades isentas e de não fazer depender de organizações ambientalistas o debate público do financiamento”, remata. 

A 14.ª edição do Meo Marés Vivas vai contar com as actuações, no palco principal, de Elton John, Kelis, D.A.M.A., Foy Vance, James Bay, Jimmy P, Kodaline, Lost Frequencies, James, Rui Veloso, Tom Odell, Dengaz e Beth Orton.

Para além do palco principal, o festival tem ainda mais três palcos. Um dedicado a novos artistas da música portuguesa e outro a DJ’s. A novidade deste ano é o palco dedicado à comédia, que em 2015 estava num coreto na zona da alimentação, por onde vão passar nomes como César Mourão, Eduardo Madeira ou António Raminhos. 

Texto editado por Ana Fernandes