Brinquedos da portuguesa Science4you chegam à China

Em quatro meses a empresa conseguiu fechar acordos para vender produtos em nove novos mercados. São já 35 no mapa-mundo da Science4you.

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Empresa portuguesa de brinquedos inaugurou uma nova fábrica no final do ano passado Daniel Rocha

Foram nove acordos de comercialização assinados entre Janeiro e Abril. Uma coincidência que, como conta Tiago Alves, responsável pelo departamento internacional da Science4you, se seguiu a vários anos de conversas, demonstrações e negociações de preço. A empresa portuguesa de brinquedos educativos conseguiu fechar negócio para distribuir os seus produtos em nove novos mercados, incluindo na apetecível China, tudo em quatro meses. Passa agora a ter brinquedos em 35 países diferentes e já poderá riscar da lista de objectivos de vendas os 16 milhões de euros de facturação que tinha como meta até ao final do ano.

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Foram nove acordos de comercialização assinados entre Janeiro e Abril. Uma coincidência que, como conta Tiago Alves, responsável pelo departamento internacional da Science4you, se seguiu a vários anos de conversas, demonstrações e negociações de preço. A empresa portuguesa de brinquedos educativos conseguiu fechar negócio para distribuir os seus produtos em nove novos mercados, incluindo na apetecível China, tudo em quatro meses. Passa agora a ter brinquedos em 35 países diferentes e já poderá riscar da lista de objectivos de vendas os 16 milhões de euros de facturação que tinha como meta até ao final do ano.

“Estou convencido que será mais um ano de vendas recorde. Não tínhamos como objectivo duplicar as vendas, como em anos anteriores, mas sim crescer 50 ou 70%. As coisas estão a correr bem em Portugal e no Reino Unido [onde estão directamente, com sucursais e equipa própria] e com estas surpresas do início do ano acredito que vamos superar os objectivos para este ano”, diz Tiago Alves, ao telefone da Polónia.

Juntar mais nove países à lista foi possível graças à participação anual nas principais feiras de brinquedos mundiais. Há quatro (Nuremberga, Hong Kong, Nova Iorque e Londres) e a equipa de internacionalização participa em todas excepto na dos Estados Unidos. “Alguns destes clientes com quem fechámos acordo já tinham visitado o stand, já tinham feito perguntas, regateado preços, e só este ano decidiram avançar. Trazemos novidades todos os anos e isso é importante para eles. A maior parte são distribuidores que vão, depois, vender ao retalho”, descreve o gestor.

Em Portugal, Espanha e Reino Unido, os principais mercados da Science4you, a empresa opera directamente. O mesmo se passa em França. Na Bélgica, Luxemburgo ou Holanda tem agentes que vendem os produtos aos comerciantes. Em todos os restantes países o negócio faz-se com intermediários por uma questão logística. “Mais do que estratégia comercial, é uma restrição logística. Os custos de transporte são elevados e, assim, fazemos uma única entrega para o distribuidor que, por sua vez, entrega os produtos aos vários retalhistas”, diz Tiago Alves.

Ao consumidor, os brinquedos educativos e científicos chegam por diferentes vias. Das tradicionais lojas de brinquedos, aos hipermercados, até bombas de gasolina ou estações de correios. “Como são brinquedos educativos, com equilíbrio entre a diversão e a educação, os pais gostam de os oferecer às crianças. E isso tem-nos permitido chegar a muitas lojas e pontos de venda, com boa resposta. Fazemos produtos mais baratos, com preços de cinco a dez euros para locais como postos de abastecimento e só conseguimos isso porque temos a fábrica em Portugal, que nos dá grande flexibilidade”, continua o responsável.

Com 110 trabalhadores, a unidade de oito mil metros quadrados, instalada no Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL), e inaugurada no final do ano passado, produz todos os produtos da Science4you e assegura “em duas ou três semanas” um pedido de um cliente em qualquer ponto da Europa.

Mais destinos

Na lista dos novos destinos, que inclui Canadá, Austrália, Singapura, África do Sul, Roménia, Hungria, República Checa e Eslováquia, a China suscita expectativas “elevadíssimas”. “Quando voltámos a Portugal depois da Feira de Jogos e Brinquedos de Hong Kong ainda estávamos um pouco incrédulos. Enquanto não tivemos o pagamento à cabeça que costumamos exigir quando trabalhamos pela primeira vez com um distribuidor, eu repetia para mim e para a equipa que nada estava fechado”, recorda.

O primeiro contentor de brinquedos seguiu há cerca de um mês e está agendada nova entrega para o Verão. O cliente chinês também é produtor (faz kits de pintura e desenho) e procurava um complemento no seu portefólio.

Tiago Alves diz que a Science4you terá sempre produtos mais caros do que os que são produzidos em massa na China, onde nascem 80% dos brinquedos do mundo, e a intenção não é “ser mais barato”. “Estamos num estado evolutivo a nível laboral que não tem comparação. E a nossa diferenciação tem de ser a nível da qualidade. Temos certificação europeia e essa garantia vale muito dinheiro”, continua.

Para os mercados externos, a Science4you escolheu 30 brinquedos do seu vasto catálogo e é com esses que se apresenta nas feiras do sector. A única diferença são os manuais de instruções e informações, traduzidos em cada língua. “O produto é sempre traduzido na língua de cada mercado e os manuais não contêm seis idiomas diferentes como habitualmente. Por exemplo, em Itália está 100% em italiano e não traduzido em seis idiomas diferentes”, diz Tiago Alves.

Este ano, as vendas no estrangeiro deverão pesar perto de 50% no negócio. Portugal continua a registar aumento de facturação, contrariando as estimativas da empresa, que previa uma estabilização. Espanha e Reino Unido são os principais destinos dos brinquedos portugueses fora de portas (70% das exportações) e os nove novos países deverão representar cerca de 1,5 milhões de euros em vendas este ano.

No total, a Science4you tem 250 trabalhadores e foi fundada por Miguel Pina Martins em 2006. Em Setembro de 2015, fez um aumento de capital de mais de sete milhões de euros que permitiu a entrada do Millennium Fundo de Capitalização (Millennium BCP) na estrutura accionista, onde já constava a estatal Portugal Ventures. No total, o capital de risco tem 62% da empresa e o fundador mantém 30%. O restante é de pequenos accionistas.