Ambiente manda Sousa Cintra suspender a captação de água em Aljezur

O empresário algarvio, que se tem envolvido no negócio do petróleo, pretendia fazer uma perfuração até 500 metros para fazer seis hectares de hortícolas.

Foto
Sousa Cintra tem autorização para prospecção de petróleo e gás em Aljezur José Sarmento Matos/Arquivo

A Agência Portuguesa de Ambiente (APA) mandou suspender o furo que Sousa Cintra estava a abrir em Aljezur, na zona onde o empresário algarvio tem autorização para pesquisa e prospecção de petróleo e gás. A acção resultou de uma queixa apresentada pela Plataforma do Algarve Livre de Petróleo (PALP) à IGAMAOT – Inspecção-Geral de Agricutura, do Mar, Ambiente e Ordenamento do Território.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Agência Portuguesa de Ambiente (APA) mandou suspender o furo que Sousa Cintra estava a abrir em Aljezur, na zona onde o empresário algarvio tem autorização para pesquisa e prospecção de petróleo e gás. A acção resultou de uma queixa apresentada pela Plataforma do Algarve Livre de Petróleo (PALP) à IGAMAOT – Inspecção-Geral de Agricutura, do Mar, Ambiente e Ordenamento do Território.

A Domus Verde – Empreendimentos Imobiliários, SA, empresa de Sousa Cintra, tinha obtido licença para abrir dois furos, para regar seis hectares de hortícolas, gota-a-gota. O primeiro furo, com a profundidade de 150 metros, deu água de má qualidade para a agricultura, com um alto teor ferroso. A segunda perfuração poderia chegar aos 500 metros. A movimentação das máquinas levou os ambientalistas a desconfiarem que a actividade agrícola serviria para esconder a pesquisa e prospecção de hidrocarbonetos, autorizadas em nome da Portfuel, outra das empresas de Sousa Cintra.

Em declarações ao PÚBLICO, o presidente regional da APA, Sebastião Teixeira, justificou a suspensão da licença do furo com o facto de estarem asseguradas as condições que levaram ao seu licenciamento. “O furo [que poderia chegar aos 500 metros] estava com 380 metros, e já estava a debitar 30 metros cúbicos de água/hora, o que é mais do que suficiente para a rega pretendida”.