Isabel Cordeiro na nova administração do Centro Cultural de Belém

Ex-directora-geral do Património Cultural vai partilhar com Miguel Leal Coelho, que transita da administração de António Lamas, a equipa liderada por Elísio Summavielle.

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A historiadora Isabel Cordeiro, ex-directora-geral do Património Cultural, cargo que exerceu de 2012 a 2014, vai integrar o conselho de administração do Centro Cultural de Belém (CCB), substituindo o engenheiro Daniel Vaz Silva, disse à Lusa fonte oficial.

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A historiadora Isabel Cordeiro, ex-directora-geral do Património Cultural, cargo que exerceu de 2012 a 2014, vai integrar o conselho de administração do Centro Cultural de Belém (CCB), substituindo o engenheiro Daniel Vaz Silva, disse à Lusa fonte oficial.

Já Miguel Leal Coelho, que assegurou a presidência interina do CCB após a morte de Vasco Graça Moura, e que transitou depois para a administração presidida por António Lamas, deverá manter-se em funções, agora sob a liderança de Elísio Summavielle, o nome que o ministro da Cultura escolheu para substituir Lamas, demitido no final de Fevereiro. O novo conselho de administração deve entrar em funções na terça-feira, dia 15, após a publicação das nomeações no Diário da República.

A nova administradora, Isabel Cordeiro, desempenhava, desde Fevereiro de 2014, funções de assessoria à direcção do Museu Nacional de Arte Antiga, depois de ter sido directora-geral do Património Cultural, em regime de substituição, de Novembro de 2012 ao início de 2014, quando decidiu não se candidatar ao concurso público para o cargo, no qual viria a ser rendida por Nuno Vassallo e Silva.

Justificando na altura a sua decisão, Isabel Cordeiro limitou-se a declarar ao PÚBLICO que saía por lealdade consigo própria e com o projecto que quis construir na Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), acrescentando que as suas divergências com a tutela eram de ordem técnica e se prendiam com o seu entendimento das competências e linhas de actuação do organismo que dirigia. Declarações que o então secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, considerou “não oportunas”.

À sua saída da DGPC não terá todavia sido alheio o caso da colecção de Joan Miró proveniente do ex-Banco Português de Negócios (BPN), já que a directora-geral tinha enviado pouco antes ao Parlamento um documento em que sublinhava a importância da colecção, quer do ponto de vista cultural, quer patrimonial, e deixava claro que defendia a sua salvaguarda e a sua permanência em Portugal.

Nesse texto, Isabel Cordeiro dizia que apenas em Janeiro de 2014 tinha tido conhecimento, através da imprensa, de que a colecção seria objecto de expedição para Londres e, de imediato, contactara a Parvalorem, proprietária dos quadros desde 2010, comunicando-lhe os prazos e procedimentos legais exigidos, no quadro da Lei de Bases do Património Cultural, para a exportação de bens culturais de território nacional.

Depois de David Santos, que se demitira do Museu do Chiado em ruptura com o Governo anterior e foi agora nomeado subdirector-geral do Património Cultural, e do próprio Summavielle, que em 2012 apresentou a sua demissão a Barreto Xavier, invocando razões de ordem pessoal, e foi agora render António Lamas no CCB, João Soares volta a mostrar predilecção, com a escolha de Isabel Cordeiro, por figuras que se incompatibilizaram de forma mais ou menos ostensiva com o ex-secretário de Estado da Cultura do governo de Passos Coelho.

Licenciada em História, na variante de História da Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Isabel Cordeiro, de 49 anos, dirigiu ainda o Palácio Nacional de Queluz, de 2008 a 2012. Técnica do então Instituto Português de Museus desde 1992, foi sub-directora deste organismo entre 2002 e 2005. com Lusa