100 dias de Governo foram dominados pelo populismo, diz Passos

Passos Coelho votou em Lisboa, na eleição para presidente do PSD em que é o único candidato

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Passos Coelho votou este sábado em Lisboa daniel rocha

O presidente do PSD defendeu este sábado que os 100 dias do Governo foram dominados por preocupações populistas e que nunca foram tão claras as diferenças entre projectos políticos, reclamando para o seu partido pensamento estratégico e reformista.

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O presidente do PSD defendeu este sábado que os 100 dias do Governo foram dominados por preocupações populistas e que nunca foram tão claras as diferenças entre projectos políticos, reclamando para o seu partido pensamento estratégico e reformista.

"O país conhece hoje dois projectos muito diferentes. Aquele que completa hoje 100 dias é um projecto a pensar no passado, na reversão, no andar para trás, nas preocupações mais de natureza imediata, inquestionavelmente mais dominado por preocupações mais populistas do que propriamente a pensar estrategicamente no país", afirmou Pedro Passos Coelho.

Após votar para as eleições directas para presidente do partido, às quais é o único candidato, Passos Coelho sublinhou que o PSD representa "rigorosamente o oposto" e "nunca as coisas foram tão claras, tão diferentes, tão evidentes, como são hoje".

O presidente do PSD e ex-primeiro-ministro diz que há, por outro lado, "um projecto que continua a ser centrado no PSD, reformista, estratégico, a pensar no futuro do país e não apenas no dia-a-dia, no ano corrente, que tem um compromisso reformista que aponta para transformações estratégicas necessárias".

Passos Coelho comentou o facto de ser o único candidato à liderança, afirmando que o partido "tem muitas pessoas que podiam candidatar-se à liderança do PSD e que podiam ser bons presidentes do PSD".

"Não sou invejoso, não estou preocupado com o que há-de vir a seguir a mim porque isto não é uma dinastia. Quem vier a seguir a mim há de, com certeza, espoletar interesse, expectativa, confiança naqueles com quem vier a contar como seus eleitores", sustentou.

"Estou convencido que se o PSD não tivesse tido o resultado que teve nas últimas eleições, não houvesse uma avaliação do que foi o nosso último mandato e a minha própria liderança, haveria com certeza muitas outras pessoas que estariam em condições de desempenhar esta função", sublinhou.

Na sua candidatura à liderança, Passos Coelho percorreu o país e disse ter tido oportunidade de constatar que "é elevada a mobilização no PSD e são elevadas as expectativas também que muitas pessoas fora do PSD" têm no partido.

Passos Coelho votou pelas 15h23 nas eleições para as directas do PSD, em mesas de voto instaladas num hotel de Lisboa e que elegem também os delegados ao Congresso.

A recebê-lo junto à mesa estava Fernando Seara, que encabeça a lista A de delegados pelo concelho de Lisboa, existindo diversas outras listas de delgados na capital.

A eleição do líder em directas no PSD começou há dez anos (anteriormente eram eleitos em Congresso) e este ano conta 50 491 eleitores, de acordo com números do partido.

A liderança de Pedro Passos Coelho iniciou-se a 26 de Março de 2010, quando venceu as directas por mais de 61% dos votos, derrotando Paulo Rangel (34,44%), José Pedro Aguiar-Branco (3,42%) e Castanheira Barros (0,27%).

Cerca de dois anos depois, em 2012, Passos Coelho foi novamente eleito líder, com 94,65% dos votos, e em 2014 alcançou 88,89% dos votos.