Medicamentos para o cancro e o VIH em farmácias comunitárias em 2016

Governo apresentou esta quarta-feira algumas propostas para reformar o Serviço Nacional de Saúde.

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Fabricar medicamentos falsos é um delito que, em Portugal, dificilmente levará o infractor à prisão David Cliford/Arquivo

Algumas farmácias comunitárias vão começar já em 2016 a vender medicamentos oncológicos e para o VIH, actualmente só disponíveis em farmácias hospitalares, com vista a facilitar o acesso dos doentes e garantir adesão às terapêuticas, anunciou esta quarta-feira o Governo.

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Algumas farmácias comunitárias vão começar já em 2016 a vender medicamentos oncológicos e para o VIH, actualmente só disponíveis em farmácias hospitalares, com vista a facilitar o acesso dos doentes e garantir adesão às terapêuticas, anunciou esta quarta-feira o Governo.

O anúncio foi feito durante a apresentação das propostas para reformar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) pedidas pela tutela a três especialistas.
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, apresentou as linhas gerais para a reforma do SNS, entre as quais esta aposta numa maior proximidade dos doentes das farmácias comunitárias, onde possam comprar medicamentos para o cancro ou para doenças infecciosas sem terem que se deslocar obrigatoriamente às farmácias hospitalares.

Estas "experiências piloto", que já estão a ser combinadas com a Associação Nacional de Farmácias (ANF) e com a Ordem dos Farmacêuticos (OF) e vão ser discutidas com os hospitais de referência, arrancam no próximo ano em várias farmácias comunitárias. Segundo Fernando Araújo, existe "vontade política e de todos os interlocutores" e "há abertura da ANF e da OF" para escolher os melhores locais para as experiências piloto.

Esta iniciativa permitirá perceber se "ir buscar medicamentos a farmácias mais perto da residência, em vez de ter que ser na farmácia hospitalar, "melhora a adesão do doente" e "promove melhores resultados clínicos".

O Ministério da Saúde pediu a três especialistas que apresentem propostas concretas para “a reforma do Serviço Nacional de Saúde” (SNS), elencando as prioridades para um horizonte temporal muito curto, os próximos 100 dias. Os três coordenadores nacionais escolhidos para fazer a reforma do SNS são o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de São João (Porto), António Ferreira, o coordenador do Observatório Português dos Sistemas de Saúde e investigador na Universidade de Évora, Manuel Lopes, e Henrique Botelho, médico de família em Braga e dirigente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM).

António Ferreira vai apresentar propostas de reforma para a área dos cuidados hospitalares, enquanto Manuel Lopes fará o mesmo para a área dos cuidados continuados. A Henrique Botelho caberá apresentar sugestões para os cuidados de saúde primários (centros de saúde).