RTP duplica resultados operacionais no primeiro semestre para 6,8 milhões

CGI quer canais RTP3 e Memória abertos na TDT, arquivos mais valorizados e a criação de indicadores de desempenho do serviço público de media.

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O assunto RTP está neste momento a provocar um movimento de informações contraditórias no sector do audiovisual Rui Gaudêncio

Os 6,8 milhões de euros que a RTP registou de resultados operacionais no primeiro semestre deste ano representaram uma duplicação dos resultados em relação ao mesmo período de 2014, tendo até ficado 1,7 milhões de euros acima do orçamentado. Para esta melhoria de 107% contribuiu a redução dos gastos operacionais, face ao orçamento, em cerca de 4,6 milhões de euros.

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Os 6,8 milhões de euros que a RTP registou de resultados operacionais no primeiro semestre deste ano representaram uma duplicação dos resultados em relação ao mesmo período de 2014, tendo até ficado 1,7 milhões de euros acima do orçamentado. Para esta melhoria de 107% contribuiu a redução dos gastos operacionais, face ao orçamento, em cerca de 4,6 milhões de euros.

Estes valores foram avançados pelo Conselho Geral Independente (CGI) da empresa, o órgão de supervisão criado há pouco mais de um ano pelo Governo, no seu primeiro relatório de avaliação intercalar do cumprimento do projecto estratégico da RTP. O documento elenca algumas medidas e orientações políticas de eficiência empresarial e também de conteúdos, adoptadas pelo conselho de administração liderado por Gonçalo Reis, que entrou em funções a 9 de Fevereiro deste ano.

O CGI considera “relevantes”, por exemplo, a política de desenvolvimento de conteúdos com diversidade de formatos, a estratégia de apoio ao cinema e a colaboração com produtores independentes, o reforço da identidade dos vários canais de rádio, a reformulação da estratégia digital da RTP, a “valorização” e autonomia do centro de produção do Norte, o investimento e modernização da RTP Açores e da RTP Madeira.

Na área empresarial, o CGI destaca o facto de a administração ter celebrado um novo acordo de empresa, reforçado a produção interna de conteúdos, ter desenvolvido um “ambiente empresarial de estabilidade e envolvimento dos trabalhadores”, negociado um novo financiamento estruturado e ter melhorado os resultados económicos e financeiros.

O CGI, liderado por António Feijó, deixa também algumas sugestões que considera “desejáveis a prazo”, como é caso da difusão em sinal aberto na TDT – televisão digital terrestre - dos canais RTP3 e RTP Memória, de modo a assegurar a “universalidade de acesso dos serviços de programas temáticos” do operador público. Esta é uma decisão que cabe, no entanto, ao Governo e aos reguladores, já que o concurso da TDT não previa tantos canais no acesso base, e para isso será preciso reformular o modelo, tarefa que o ministro Miguel Poiares Maduro deixou a meio. O CGI quer também, entre outras medidas, uma “política de valorização dos arquivos”, a revisão do código de ética e conduta da empresa, o desenvolvimento de indicadores de desempenho adequados ao serviço público de media, e um “reforço dos sistemas de controlo interno” para assegurar o cumprimento efectivo das obrigações de serviço público.

“O ritmo de mudança da empresa [nestes seis meses] foi condicionado por factores conjunturais, como é o caso dos compromissos plurianais assumidos pelo anterior conselho de administração, que têm vindo a ser objecto de renegociação” pela actual administração, afirma o CGI. Acrescenta que houve também limitações, nomeadamente financeiras, decorrentes do enquadramento da RTP no sector empresarial do Estado.