Autódromo do Algarve, cronologia de uma vida atribulada

Foto
Prova de Superbikes no autódromo de Portimão DR

27 de Agosto de 1999
O projecto de construir um autódromo internacional no Algarve, com capacidade para receber provas de Fórmula 1, lançado por Paulo Pinheiro, um jovem engenheiro mecânico, começa a ganhar forma, juntando à sua volta um grupo de empresários locais, ligados ao grupo de construção civil Bemposta. O resultado será a fundação da empresa Parkalgar, Parques Tecnológicos e Desportivos. Complicações com a obtenção de licenças de construção vão atrasar o projecto.

8 de Setembro de 2005
O projecto do Autódromo Internacional do Algarve (AIA) - assim como o complexo turístico, imobiliário e parque tecnológico que formavam o projecto global  – é considerado pelo Governo de José Sócrates um Projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN). Um “carimbo” importante que flexibiliza muitas barreiras burocráticas.

29 de Dezembro de 2006
A Parkalgar altera a sua forma jurídica de sociedades por quotas para a actual sociedade anónima.

22 de Agosto de 2008
Sete meses depois de ter estado na cerimónia do arranque das obras do AIA, o ministro da Economia, Manuel Pinho, regressa à Mexilhoeira Grande, em Portimão, para inaugurar a pista do autódromo, ao lado do piloto Tiago Monteiro, prometendo o “empenho do Governo” para ajudar a projectar este equipamento a nível internacional. Na altura Paulo Pinheiro garantiu que este empreendimento não seria “um ‘elefante branco’, tal como tem vindo a acontecer com o autódromo do Estoril”. O administrador-executivo da Parkalgar informou ainda que, dos 115 milhões de euros que estava previsto gastar na primeira fase do projecto, tinham já sido despendidos 95 milhões. Para Agosto de 2009, foi apontada a inauguração da vertente imobiliária do projecto: um hotel, apartamentos turísticos e um parque tecnológico.


2 de Novembro de 2008
Inauguração oficial do AIA. No mesmo dia, em Lisboa, após um conselho de ministros extraordinário, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, anuncia a proposta de nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN). As crescentes necessidades de financiamento do Estado, associadas à crise financeira internacional, assumem definitivamente contornos de recessão económica em Portugal, alastrando a muitos outros sectores, nomeadamente o automóvel.


Janeiro de 2009
As sociedades de capital de risco da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP Capital Global) e do Turismo de Portugal (TC – Turismo Capital) entram no capital social da Parkalgar, adquirindo, cada uma, 5,81% das acções, somando, no conjunto, uma participação de 11,62%.

Janeiro-Março de 2009
O grupo de fundos irlandês Harte Holdings entra em processo de falência, desistindo de um negócio fundamental para a Parkalgar: um encaixe financeiro de aproximadamente 41,4 milhões de euros pelas compras dos apartamentos (34,4 milhões) e do terreno do hotel (mais sete milhões). As obras desta componente imobiliária, vital para reduzir os juros do financiamento do projecto global, terão de esperar por 2011, com recurso a linhas de crédito do BCP.


23 de Abril de 2010
O semanário SOL revela o conteúdo de uma escuta telefónica interceptada entre Armando Vara e Laurentino Dias, onde o então vice-presidente do BCP procura convencer o secretário de Estado do Desporto a pressionar a Caixa Geral de Depósitos a financiar com urgência a Parkalgar. Nesta conversa, ocorrida a 14 de Julho de 2009, Vara qualifica o projecto do AIA de “irracional do ponto de vista económico” e “um sorvedouro de dinheiro”, antecipando que “um dia qualquer o Estado nacionaliza aquilo – que é a solução”.

23 de Julho de 2010
É concluída uma auditoria ao Instituto do Desporto de Portugal (IDP), onde são detectados erros contabilísticos que incluem um conjunto de facturas emitidas pela Parkalgar, no valor de 902 mil euros, relativa a subsídios para apoiar provas internacionais no AIA, recomendando os auditores a devolução desta verba.


Março-Novembro de 2012 
As obras do hotel e apartamentos da Parkalgar voltam a parar por dificuldades de financiamento.

12 de Abril de 2012
Um consórcio liderado pela Siemens requer a insolvência do Parkalgar.


26 de Outubro de 2012
A Parkalgar apresenta um plano de recuperação económica, ao abrigo do Plano Especial de Revitalização (PER).


2 de Novembro de 2012
Exactamente quatro anos após a inauguração oficial do AIA, a Parkalgar apresenta no Tribunal de Portimão um PER pedindo de perdão de 70% de parte das suas dívidas (num total aproximado de 40 milhões de euros), assim como a totalidade dos juros e eventuais indemnizações.


26 de Novembro de 2012
Homologação do PER pelo Tribunal de Portimão.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

27 de Agosto de 1999
O projecto de construir um autódromo internacional no Algarve, com capacidade para receber provas de Fórmula 1, lançado por Paulo Pinheiro, um jovem engenheiro mecânico, começa a ganhar forma, juntando à sua volta um grupo de empresários locais, ligados ao grupo de construção civil Bemposta. O resultado será a fundação da empresa Parkalgar, Parques Tecnológicos e Desportivos. Complicações com a obtenção de licenças de construção vão atrasar o projecto.

8 de Setembro de 2005
O projecto do Autódromo Internacional do Algarve (AIA) - assim como o complexo turístico, imobiliário e parque tecnológico que formavam o projecto global  – é considerado pelo Governo de José Sócrates um Projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN). Um “carimbo” importante que flexibiliza muitas barreiras burocráticas.

29 de Dezembro de 2006
A Parkalgar altera a sua forma jurídica de sociedades por quotas para a actual sociedade anónima.

22 de Agosto de 2008
Sete meses depois de ter estado na cerimónia do arranque das obras do AIA, o ministro da Economia, Manuel Pinho, regressa à Mexilhoeira Grande, em Portimão, para inaugurar a pista do autódromo, ao lado do piloto Tiago Monteiro, prometendo o “empenho do Governo” para ajudar a projectar este equipamento a nível internacional. Na altura Paulo Pinheiro garantiu que este empreendimento não seria “um ‘elefante branco’, tal como tem vindo a acontecer com o autódromo do Estoril”. O administrador-executivo da Parkalgar informou ainda que, dos 115 milhões de euros que estava previsto gastar na primeira fase do projecto, tinham já sido despendidos 95 milhões. Para Agosto de 2009, foi apontada a inauguração da vertente imobiliária do projecto: um hotel, apartamentos turísticos e um parque tecnológico.


2 de Novembro de 2008
Inauguração oficial do AIA. No mesmo dia, em Lisboa, após um conselho de ministros extraordinário, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, anuncia a proposta de nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN). As crescentes necessidades de financiamento do Estado, associadas à crise financeira internacional, assumem definitivamente contornos de recessão económica em Portugal, alastrando a muitos outros sectores, nomeadamente o automóvel.


Janeiro de 2009
As sociedades de capital de risco da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP Capital Global) e do Turismo de Portugal (TC – Turismo Capital) entram no capital social da Parkalgar, adquirindo, cada uma, 5,81% das acções, somando, no conjunto, uma participação de 11,62%.

Janeiro-Março de 2009
O grupo de fundos irlandês Harte Holdings entra em processo de falência, desistindo de um negócio fundamental para a Parkalgar: um encaixe financeiro de aproximadamente 41,4 milhões de euros pelas compras dos apartamentos (34,4 milhões) e do terreno do hotel (mais sete milhões). As obras desta componente imobiliária, vital para reduzir os juros do financiamento do projecto global, terão de esperar por 2011, com recurso a linhas de crédito do BCP.


23 de Abril de 2010
O semanário SOL revela o conteúdo de uma escuta telefónica interceptada entre Armando Vara e Laurentino Dias, onde o então vice-presidente do BCP procura convencer o secretário de Estado do Desporto a pressionar a Caixa Geral de Depósitos a financiar com urgência a Parkalgar. Nesta conversa, ocorrida a 14 de Julho de 2009, Vara qualifica o projecto do AIA de “irracional do ponto de vista económico” e “um sorvedouro de dinheiro”, antecipando que “um dia qualquer o Estado nacionaliza aquilo – que é a solução”.

23 de Julho de 2010
É concluída uma auditoria ao Instituto do Desporto de Portugal (IDP), onde são detectados erros contabilísticos que incluem um conjunto de facturas emitidas pela Parkalgar, no valor de 902 mil euros, relativa a subsídios para apoiar provas internacionais no AIA, recomendando os auditores a devolução desta verba.


Março-Novembro de 2012 
As obras do hotel e apartamentos da Parkalgar voltam a parar por dificuldades de financiamento.

12 de Abril de 2012
Um consórcio liderado pela Siemens requer a insolvência do Parkalgar.


26 de Outubro de 2012
A Parkalgar apresenta um plano de recuperação económica, ao abrigo do Plano Especial de Revitalização (PER).


2 de Novembro de 2012
Exactamente quatro anos após a inauguração oficial do AIA, a Parkalgar apresenta no Tribunal de Portimão um PER pedindo de perdão de 70% de parte das suas dívidas (num total aproximado de 40 milhões de euros), assim como a totalidade dos juros e eventuais indemnizações.


26 de Novembro de 2012
Homologação do PER pelo Tribunal de Portimão.