Inundações fazem 17 mortos na Côte d'Azur

As fortes chuvas de sábado à noite deixaram ruas submersas e obrigaram à interrupção da circulação ferroviária e rodoviária nalgumas localidades.

Foto
O ministro do Interior deverá deslocar-se este domingo à região afectada VALERY HACHE/AFP

Ruas submersas em Cannes, Antibes, Mandelieu-la-Napoule, Villeneuve-Loubet e Nice, estradas cortadas e comboios parados, com centenas de passageiros a bordo, foram outros dos efeitos da intempérie, que deixou sem luz cerca de 35 mil habitações e arrastou vários automóveis para o mar.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Ruas submersas em Cannes, Antibes, Mandelieu-la-Napoule, Villeneuve-Loubet e Nice, estradas cortadas e comboios parados, com centenas de passageiros a bordo, foram outros dos efeitos da intempérie, que deixou sem luz cerca de 35 mil habitações e arrastou vários automóveis para o mar.

O Presidente, François Hollande, já exprimiu a sua solidariedade e apresentou condolências àqueles que eram próximos das vítimas. Também o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, deu conta da sua “profunda emoção face às terríveis consequências das intempéries” e garantiu apoio às famílias enlutadas.

O dilúvio foi “muito violento e concentrado”, disse à AFP o perfeito da região dos Alpes Marítimos, Adolphe Colrat, quando o sol já brilhava num céu azul neste domingo de manhã na Côte d'Azur. Em dois dias, a zona litoral recebeu o equivalente de chuva à média normal para todo um mês de Outubro, ou seja, 10% da precipitação anual.

Três pessoas idosas morreram afogadas num lar de reformados perto de Antibes. Outras três vítimas foram descobertas dentro da sua viatura em Vallauris-Golfe-Juan. Em Mandelieu-la-Napoule, quatro corpos foram recuperados e outras quatro pessoas foram dadas como desaparecidas. Várias vítimas foram encontradas em garagens dentro dos seus carros.

“Já não tenho nada, a água levou tudo”, contou um habitante que vivia no rés-do-chão de uma casa e que só conseguiu salvar-se trepando para o telhado.

Numa região onde a época alta turística ainda está no seu pleno, mais de 500 pessoas, incluindo muitos britânicos e dinamarqueses, viram-se obrigados a pernoitar nos terminais do aeroporto de Nice. Centenas de passageiros, muitos deles turistas, passaram a noite no interior dos comboios imobilizados nas estações.

O balanço desta intempérie, que muitos descreveram como uma “situação de apocalipse”, é, ainda assim, inferior ao que foi provocado pelas chuvas torrenciais de Junho de 2010 naquela região e que causou 25 mortos e perto de mil milhões de euros de prejuízos.